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HRT se une à OGX no fundo do poço com queda brusca nas ações

A forte queda ocorre depois que HRT fracassou sua aposta em áreas inexploradas na selva amazônica e na África

A HRT, com sede no Rio de Janeiro, teve uma baixa recorde esta semana, depois que abandonou, desde maio, dois poços secos na Namíbia e outro no norte do Brasil (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 13h14.

Rio de Janeiro – A HRT Participações em Petróleo SA está se igualando à principiante em energia OGX Petróleo e Gás Participações SA como as ações de pior desempenho nos mercados emergentes de petróleo, depois que fracassou sua aposta em áreas inexploradas na selva amazônica e na África.

A queda de 65 por cento da HRT, desde o início de maio, a deixa com o pior desempenho entre os 111 maiores exploradores de petróleo e gás com sede em mercados emergentes, após a OGX, que caiu 74 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A HRT, com sede no Rio de Janeiro, teve uma baixa recorde esta semana, depois que abandonou, desde maio, dois poços secos na Namíbia e outro no norte do Brasil.

O presidente Milton Romeu Franke, que assumiu o cargo em maio, está tentando desfazer a estratégia de seu antecessor de apostar em poços não comprovados, concentrando-se em campos que possam gerar dinheiro agora.

Apesar da exuberância sobre a ​​descoberta da Petrobras, do maior campo de petróleo nas Américas, em 2007, ter impulsionado as principiantes e ajudado as empresas petrolíferas brasileiras a levantar US$ 77 bilhões em vendas de ações, em 2008, os investidores estão agora se livrando de seus estoques de ações já que as empresas lutam para cumprir as promessas de produção.

"O que aconteceu aqui é que o Brasil não tem nenhuma experiência com empresas iniciantes", disse Lucas Brendler, que ajuda a administrar cerca de R$ 4 bilhões (US$ 1,8 bilhão) na Geração Futuro Corretora, em Porto Alegre, Brasil.

"Analistas e investidores estavam acostumados com grandes ativos, com uma empresa estruturada, que funcionava com seus próprios recursos e tinha reservas provadas. Mas não têm a experiência necessária para lidar com um ativo júnior".


Como a Petrobras e empresas como Repsol SA, BG Group Plc e Galp Energia SGPS SA rumaram para os campos de águas profundas ao largo da costa do Brasil, onde a produtora estatal descobriu reservas que detinham pelo menos 50 bilhões de barris, o fundador da HRT, Marcio Mello, evitou a tendência e apostou em poços não comprovados na Amazônia e na Namíbia.

Em uma entrevista de 2011, ele chamou a Amazônia de "uma das últimas fronteiras em todo o mundo onde se pode encontrar campos de petróleo e de gás gigantes e super gigantes".

A HRT, que não quis fazer comentários para esta matéria, disse, em 19 de julho, que o segundo poço da Namíbia estava seco, o que levou Franke a anunciar que vai vender ativos, incluindo sondas de perfuração e helicópteros para fortalecer a posição de caixa da empresa.

O contratempo segue os problemas da OGX no Rio de Janeiro, a companhia de petróleo controlada pelo bilionário Eike Batista, que está em queda livre, depois de dizer em 1 de julho que pode fechar seu único campo de produção petrolífera no próximo ano e não vai começar a produção em outros três deles.

Lições aprendidas

A HRT deve estar em uma boa posição para sobreviver até descobrir petróleo ou anunciar um projeto de gás porque não tem dívidas, disseram os analistas do Banco Santander AS, Christian Audi e Vicente Falanga Neto, em um comunicado, ontem, a seus clientes.

Os investidores ficarão, provavelmente, relutantes em investir em principiantes brasileiras daqui para frente, de acordo com Marcus Sequeira, analista do Deutsche Bank AG.

"Todo mundo aprendeu sobre os riscos com os iniciantes", disse ele por telefone de Nova York. "Eis aqui uma lição".

Título em inglês: HRT Joins OGX in Free-Fall as Jungle Bet Sours

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Rio de Janeiro – A HRT Participações em Petróleo SA está se igualando à principiante em energia OGX Petróleo e Gás Participações SA como as ações de pior desempenho nos mercados emergentes de petróleo, depois que fracassou sua aposta em áreas inexploradas na selva amazônica e na África.

A queda de 65 por cento da HRT, desde o início de maio, a deixa com o pior desempenho entre os 111 maiores exploradores de petróleo e gás com sede em mercados emergentes, após a OGX, que caiu 74 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A HRT, com sede no Rio de Janeiro, teve uma baixa recorde esta semana, depois que abandonou, desde maio, dois poços secos na Namíbia e outro no norte do Brasil.

O presidente Milton Romeu Franke, que assumiu o cargo em maio, está tentando desfazer a estratégia de seu antecessor de apostar em poços não comprovados, concentrando-se em campos que possam gerar dinheiro agora.

Apesar da exuberância sobre a ​​descoberta da Petrobras, do maior campo de petróleo nas Américas, em 2007, ter impulsionado as principiantes e ajudado as empresas petrolíferas brasileiras a levantar US$ 77 bilhões em vendas de ações, em 2008, os investidores estão agora se livrando de seus estoques de ações já que as empresas lutam para cumprir as promessas de produção.

"O que aconteceu aqui é que o Brasil não tem nenhuma experiência com empresas iniciantes", disse Lucas Brendler, que ajuda a administrar cerca de R$ 4 bilhões (US$ 1,8 bilhão) na Geração Futuro Corretora, em Porto Alegre, Brasil.

"Analistas e investidores estavam acostumados com grandes ativos, com uma empresa estruturada, que funcionava com seus próprios recursos e tinha reservas provadas. Mas não têm a experiência necessária para lidar com um ativo júnior".


Como a Petrobras e empresas como Repsol SA, BG Group Plc e Galp Energia SGPS SA rumaram para os campos de águas profundas ao largo da costa do Brasil, onde a produtora estatal descobriu reservas que detinham pelo menos 50 bilhões de barris, o fundador da HRT, Marcio Mello, evitou a tendência e apostou em poços não comprovados na Amazônia e na Namíbia.

Em uma entrevista de 2011, ele chamou a Amazônia de "uma das últimas fronteiras em todo o mundo onde se pode encontrar campos de petróleo e de gás gigantes e super gigantes".

A HRT, que não quis fazer comentários para esta matéria, disse, em 19 de julho, que o segundo poço da Namíbia estava seco, o que levou Franke a anunciar que vai vender ativos, incluindo sondas de perfuração e helicópteros para fortalecer a posição de caixa da empresa.

O contratempo segue os problemas da OGX no Rio de Janeiro, a companhia de petróleo controlada pelo bilionário Eike Batista, que está em queda livre, depois de dizer em 1 de julho que pode fechar seu único campo de produção petrolífera no próximo ano e não vai começar a produção em outros três deles.

Lições aprendidas

A HRT deve estar em uma boa posição para sobreviver até descobrir petróleo ou anunciar um projeto de gás porque não tem dívidas, disseram os analistas do Banco Santander AS, Christian Audi e Vicente Falanga Neto, em um comunicado, ontem, a seus clientes.

Os investidores ficarão, provavelmente, relutantes em investir em principiantes brasileiras daqui para frente, de acordo com Marcus Sequeira, analista do Deutsche Bank AG.

"Todo mundo aprendeu sobre os riscos com os iniciantes", disse ele por telefone de Nova York. "Eis aqui uma lição".

Título em inglês: HRT Joins OGX in Free-Fall as Jungle Bet Sours

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