Herbert Diess é destituído do cargo de CEO da Volkswagen
O executivo tinha entrado em rota de colisão com os sindicatos da montadora alemã após sugerir cortar 30 mil funcionários
Carlo Cauti
Publicado em 22 de julho de 2022 às 15h34.
Última atualização em 25 de julho de 2022 às 14h56.
O CEO da Volkswagen, Herbert Diess, foi forçado a deixar a liderança da maior montadora do mundo.
Diess, responsável pelo crescimento global da montadora alemã no setor de veículos elétricos, foi forçado a sair por líderes sindicais e acionistas da Volkswagen, entre os quais os representantes do estado alemão (länder) da Baixa Saxônia, que é o segundo maior acionista da empresa.
O conselho da Volkswagen, composto de 20 membros, votou por unanimidade para substituir Diess.
O sucessor já foi definido: será Oliver Blume, atual CEO da Porsche, controlada pelo grupo alemão. Ele vai assumir a partir do dia 1º de setembro.
Diess estava no comando da Volkswagen há quatro anos, assumindo após o escândalo das emissões que envolveu a empresa alemã.
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Missão do CEO da Volkswagen: superar a Tesla (TSLA34)
Diess tinha como missão alcançar a Tesla (TSLA34) e se tornar o maior produtor de carros elétricos do mundo em meados da década.
O executivo de 63 anos supervisionou o lançamento dos primeiros carros elétricos da VW e se comprometeu a gastar € 52 bilhões (cerca de R$ 300 bilhões) no desenvolvimento de modelos movidos a bateria.
Entretanto, essa estratégia teria impostos grandes cortes de custos para a empresa.
Seu mandato foi marcado por repetidos confrontos com o poderoso sindicato dos trabalhadores da Volkswagen, que representa a maioria dos 300 mil funcionários no país e ocupa dez dos 20 assentos no conselho da montadora.
Um dos últimos momentos de tensão foi a proposta de demitir 30 mil funcionários da Volkswagen na Alemanha que, segundo o executivo, seriam em excesso.
A líder do sindicato dos trabalhadores da montadora, Daniela Cavallo, disse que o grupo quer garantir que “a segurança do emprego e a lucratividade continuem sendo metas corporativas igualmente importantes nos próximos anos”.
Diess foi também criticado pela gestão da subsidiária Cariad, que deveria desenvolver o programa informático para carros autônomos.
Segundo o jornal alemão Handelsblatt, ao longo dos anos, o maior apoiador de Diess dentro do conselho da Volkswagen sempre foi a família Porsche-Piech, que tem a maioria dos votos.Entretanto, a decisão de substituir Diess teria sido tomada pela mesma família.