Hapvida: compressão da margem operacional somada ao aumento das despesas financeiras levou ao prejuízo líquido no trimestre (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 1 de março de 2023 às 11h28.
Última atualização em 1 de março de 2023 às 13h26.
Não teve choro nem vela por parte dos investidores para o resultado da Hapvida (HAPV3), operadora de saúde verticalizada, que comercializa planos e tem seus próprios hospitais e laboratórios. A ação está desde as primeiras horas do pregão em leilão e, às 12h05, tinha queda de mais de 30%.
A reação negativa era esperada pelos analistas que viram os resultados como piores do que esperado. O Credit Suisse, inclusive, rebaixou a ação de compra para neutro, com preço-alvo indo de R$ 6,50 para R$ 4,40.
A empresa perdeu, até as 13h15, segundo levantamento da plataforma TradeMap, R$ 11,2 bilhões em valor de mercado, passando a valer R$ 20,5 bilhões. O valor perdido corresponde à soma do valor de mercado da OdontoPrev (ODPV3) e Dasa (DASA3).
No quarto trimestre, a Hapvida registrou um aumento de 113,6% na base de beneficiários, por causa da incorporação da NotreDame Intermédica (NDI), para mais de 9 milhões de vidas. No entanto, considerando apenas a base que era da Hapvida, o número ficou estável, em 4,3 milhões de beneficiários.
A receita líquida da empresa cresceu 150%, para R$ 6,50 bilhões, refletindo o impacto da absorção da NDI e o início dos ajustes de 15% a 18% nos produtos. Considerando só os dados da Hapvida, a receita líquida cresceu 3,5%.
No entanto, a sinistralidade per capita evoluiu para R$ 174 ao mês, o que é um movimento contra-sazonal. O Credit Suisse, inclusive, esperava uma queda pelo menor fluxo de pacientes durante a Copa do Mundo.
O lucro líquido ajustado totalizou R$161,4 milhões no quarto trimestre com margem líquida de 2,5%. Os ajustes consideram amortizações da aquisição da GNDI, SOP e o efeito positivo pontual do reajuste de preço de aquisição Premium. Sem ajustes, a última linha do balanço foi um prejuízo de R$ 316,7 milhões, contra um lucro de R$ 200,2 milhões de um ano antes.
A compressão da margem operacional somada ao aumento das despesas financeiras levou ao prejuízo líquido no trimestre, observam os bancos de investimento em seus relatórios. O resultado financeiro da companhia piorou 2.276% no trimestre, ficando negativo em R$ 515,8 milhões.