Mercados

Grécia volta a derrubar mercados e DIs avançam após IPCA

Fatores ajudam a elevar os juros futuros no dia de hoje

O Partenon na Acrópolis de Atenas é vista no fundo, atrás da bandeira da UE no topo do ministério das Finanças grego (Yannis Behrakis/Reuters)

O Partenon na Acrópolis de Atenas é vista no fundo, atrás da bandeira da UE no topo do ministério das Finanças grego (Yannis Behrakis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 14h17.

São Paulo - O impasse político na Grécia para a formação de um novo governo e as incertezas sobre o futuro do plano de resgate para o país levavam os mercados internacionais a mais um dia de perdas nesta quarta-feira, com o IPCA mais alto se destacando na agenda doméstica e ajudando a elevar os juros futuros.

Em eleições parlamentares realizadas no domingo, os gregos rejeitaram nas urnas os principais partidos pró-resgate, com o candidato a primeiro-ministro pela Coalizão de Esquerda, Alexis Tsipras, um dos responsáveis pela formação do próximo governo, renunciando aos termos da ajuda externa na terça-feira.

Em divulgação antecipada de entrevista ao jornal Passauer Neue Presse, nesta quarta-feira, foi reportado que a chanceler alemã Angela Merkel expressou sua vontade de que a Grécia permaneça na zona do euro, mas reforçou que o país precisa aderir aos termos de resgate internacional.

Antes da divulgação da entrevista de Merkel, o ministro de Assuntos Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, país que contribuiu com a fatia mais ampla das garantias financeiras sob o resgate da Grécia, já havia afirmado que Atenas não receberá mais parcelas de ajuda sob o programa de resgate planejado a menos que continue com suas reformas.

Com isso, as principais bolsas do continente europeu fecharam em baixa nesta quarta-feira, lideradas por Madri, que recuou mais de 2,5 por cento influenciada também por temores sobre o sistema bancário espanhol. Já nos EUA, assim como na Bovespa, os mercados seguem o movimento externo e registram baixas, tendo reduzido, no entanto, as perdas pouco antes do fechamento na Europa, após a divulgação de dados sobre estoques no atacado em março.

Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, os estoques totais no atacado aumentaram 0,3 por cento, para um recorde de 480,4 bilhões de dólares, após uma alta sem revisão de 0,9 por cento em fevereiro. O dólar, por sua vez, acelera altas no mercado internacional e também frente ao real nesta quarta-feira, chegando a subir mais de 1 por cento no fim da manhã ante a moeda brasileira, após seis pregões completos sem intervenção do Banco Central com leilões de compra no mercado à vista.

No cenário doméstico, o IPCA mais alto que o previsto ajudou os juros futuros a registrarem alta. O mercado avalia que o indicador pode ser um novo desafio à política do Banco Central de redução da Selic, atualmente em 9 por cento ao ano.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,64 por cento em abril, após alta de 0,21 por cento em março. Foi a maior elevação mensal desde abril de 2011, quando ficou em 0,77 por cento, e superou as expectativas do mercado.

Na semana passada, o governo anunciou mudanças nas regras da poupança que podem abrir caminho para novas reduções da Selic, com a presidente Dilma Rousseff cobrando, na última segunda-feira, que os bancos privados acompanhem o processo de baixa dos juros básicos e repassem essa redução aos consumidores. Em outros dados domésticos, o BC informou que o fluxo cambial -entrada e saída de moeda estrangeira no país- estava negativo em 1,787 bilhão de dólares em maio, até o dia 4. Em abril todo, o saldo fechou positivo em 6,588 bilhões de dólares.

A instituição divulgou também nesta quarta-feira que seu índice de commodities (IC-Br) apresentou alta de 0,58 por cento em abril quando comparado com março.


Veja como estavam os principais mercados financeiros às 13h48 (horário de Brasília) desta quarta-feira:

CÂMBIO - O dólar era cotado a 1,9587 real, com alta de 1,03 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA - O Ibovespa caía 1,14 por cento, para 59.679 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,55 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros recuava 1,78 por cento, a 28.837 pontos.

JUROS - O DI janeiro de 2014 estava em 8,490 por cento ao ano, ante 8,380 por cento no ajuste anterior.

EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,2944 dólar, ante 1,2952 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.

GLOBAL 40 - O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 132,000 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 0,994 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS - O risco Brasil avançava 2 pontos, para 194 pontos-básicos. O EMBI+ ganhava 4 pontos, a 337 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones caía 0,66 por cento, a 12.845 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,61 por cento, a 1.355 pontos, e o Nasdaq perdia 0,50 por cento, aos 2.931 pontos.

PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 0,92 dólar, ou 0,95 por cento, a 96,07 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, oferecia rendimento de 1,8262 por cento, frente a 1,842 por cento no fechamento anterior.

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