Governança da Nova AmBev na bolsa não desce redondo
Empresa quer unificar as classes de ações, mas evita ida ao Novo Mercado
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 15h30.
São Paulo – A AmBev ( AMBV3; AMBV4 ), que neste ano atingiu o posto de maior empresa da América Latina em valor de mercado, veio a público na última sexta-feira para anunciar um plano de reestruturação das suas ações na bolsa. A ideia é unificar as negociações nos papéis ordinários na “Nova AmBev”
A reorganização, além de aumentar a liquidez (hoje os preferenciais são mais negociados e fazem parte do Ibovespa), irá simplificar a estrutura societária e aprimorará a governança corporativa da empresa. Além disso, reduzirá custos operacionais e administrativos, segundo o comunicado enviado ao mercado.
“Entretanto, não percebemos os benefícios como materiais e sugerem pequenos aprimoramentos na governança corporativa pós-fusão entre a Ambev e a Interbrew”, ressaltam os analistas Robert Ford, Melissa Byun, Nicole Inui e Marcelo Santos, do Bank of America Merrill Lynch.
"É óbvio que alguns elementos que não foram considerados necessariamente críticos ou relevantes a essa altura para melhoria de nossa governança tenham ficado fora (...) Nossa intenção foi fechar diferenças contra nossos principais pares globais", disse o vice-presidente financeiro da empresa, Nelson Jamel, em teleconferência com jornalistas.
A ida ao Novo Mercado pede a manutenção de uma circulação de ações no mercado acima de 25%, hoje a AmBev tem 29%, além de uma participação mínima de 20% de conselheiros independentes no Conselho.
Segundo o banco, a opção por não aderir ao Novo Mercado sugere um desejo de manter a flexibilidade nesses temas por mais um tempo, o que poderia "reacender as preocupações de risco".
Pontos em xeque
A nova empresa terá o direito de “tag-along” de 80% para todos os acionistas, mecanismo que garante aos minoritários o mesmo preço oferecido aos controladores em caso de uma oferta de aquisição da companhia, e o dividendo obrigatório ampliado de 35% para 40% do lucro líquido. No Novo Mercado, o tag-along exigido é de 100%. Além disso, a Nova AmBev irá indicar dois conselheiros independentes.
“Dado a fatia de 61,9% da ABI, e a habilidade de nomear e votar pelos membros independentes do conselho, vemos um benefício pequeno para governança corporativa, principalmente sob a luz da exigência estatutária de manter um comitê de auditoria independente e outras proteções existentes. As novas ações terão o limite de 80% do valor do controlador em uma venda, lembrando aos investidores da continuidade da assimetria econômica”, lembram os analistas do BofA Merrill Lynch.
Além disso, por meio do acordo de acionistas ( leia ), a Fundação Antonio e Helena Zerrener Instituição Nacional de Beneficência (FAHZ), que detém 9,6% do capital total, tem o direito de veto em questões como dividendos, investimentos, aquisições e emissões de ações ou dívidas.
https:http://www.slideshare.net/GustavoKahil/slideshelf
São Paulo – A AmBev ( AMBV3; AMBV4 ), que neste ano atingiu o posto de maior empresa da América Latina em valor de mercado, veio a público na última sexta-feira para anunciar um plano de reestruturação das suas ações na bolsa. A ideia é unificar as negociações nos papéis ordinários na “Nova AmBev”
A reorganização, além de aumentar a liquidez (hoje os preferenciais são mais negociados e fazem parte do Ibovespa), irá simplificar a estrutura societária e aprimorará a governança corporativa da empresa. Além disso, reduzirá custos operacionais e administrativos, segundo o comunicado enviado ao mercado.
“Entretanto, não percebemos os benefícios como materiais e sugerem pequenos aprimoramentos na governança corporativa pós-fusão entre a Ambev e a Interbrew”, ressaltam os analistas Robert Ford, Melissa Byun, Nicole Inui e Marcelo Santos, do Bank of America Merrill Lynch.
"É óbvio que alguns elementos que não foram considerados necessariamente críticos ou relevantes a essa altura para melhoria de nossa governança tenham ficado fora (...) Nossa intenção foi fechar diferenças contra nossos principais pares globais", disse o vice-presidente financeiro da empresa, Nelson Jamel, em teleconferência com jornalistas.
A ida ao Novo Mercado pede a manutenção de uma circulação de ações no mercado acima de 25%, hoje a AmBev tem 29%, além de uma participação mínima de 20% de conselheiros independentes no Conselho.
Segundo o banco, a opção por não aderir ao Novo Mercado sugere um desejo de manter a flexibilidade nesses temas por mais um tempo, o que poderia "reacender as preocupações de risco".
Pontos em xeque
A nova empresa terá o direito de “tag-along” de 80% para todos os acionistas, mecanismo que garante aos minoritários o mesmo preço oferecido aos controladores em caso de uma oferta de aquisição da companhia, e o dividendo obrigatório ampliado de 35% para 40% do lucro líquido. No Novo Mercado, o tag-along exigido é de 100%. Além disso, a Nova AmBev irá indicar dois conselheiros independentes.
“Dado a fatia de 61,9% da ABI, e a habilidade de nomear e votar pelos membros independentes do conselho, vemos um benefício pequeno para governança corporativa, principalmente sob a luz da exigência estatutária de manter um comitê de auditoria independente e outras proteções existentes. As novas ações terão o limite de 80% do valor do controlador em uma venda, lembrando aos investidores da continuidade da assimetria econômica”, lembram os analistas do BofA Merrill Lynch.
Além disso, por meio do acordo de acionistas ( leia ), a Fundação Antonio e Helena Zerrener Instituição Nacional de Beneficência (FAHZ), que detém 9,6% do capital total, tem o direito de veto em questões como dividendos, investimentos, aquisições e emissões de ações ou dívidas.