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GOL sobe na bolsa com troca na gestão

Apesar da mudança, analistas ainda pedem cautela com os papéis

No ano, as ações da companhia aérea têm queda de 21% (Divulgação)

No ano, as ações da companhia aérea têm queda de 21% (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 17h38.

São Paulo – As ações da GOL (GOLL4) reagiram bem ao anúncio da troca na presidência da companhia aérea e subiram 5,4%, para 10 reais, ao longo do dia. O ex-presidente da Audi, Paulo Sérgio Kakinoff, assume a liderança substituindo Constantino de Oliveira Junior, que vai para a presidência do Conselho de Administração no dia 6 de julho. Kakinoff comanda o manche da empresa a partir do dia 2 de julho. No ano, a queda das ações ainda é de 21%.

Oliveira Junior disse em entrevista para EXAME.com que pretende ficar ao lado do novo líder durante 90 dias de transição, “onde vamos conviver como CEO e presidente do conselho”, explica. “Eu cumpro um papel institucional, tenho participação em outras empresas e não vinha tendo condição de me dedicar à empresa como deveria. Kakinoff estará 120% focado na GOL e eu vou agregar minha experiência institucional e estratégica”, ressaltou.

Para Guilherme Guntovitch, do Santander, a notícia é positiva e a experiência em gestão de Kakinoff pode ajudar. “Porém continuamos céticos com a performance da ação que deve ter resultado afetado negativamente pela recente desvalorização do real, e do cenário macro desafiador para o curto prazo”, ressalta. A recomendação é de alocação abaixo do mercado, com um preço-alvo de 9,50 reais. O valor é inferior ao fechamento desta sessão, de 9,80 reais.

Reestruturação

A empresa tem cortado pessoal e reajustado a malha de voo para se adequar às mudanças na demanda do setor. Desde janeiro, cerca de 900 funcionários já foram dispensados, entre pilotos, comissários de bordo e pessoal administrativo. Além disso, a malha de voo foi cortada em 10% e a frota de aeronaves pode cair de 150 para 136 em 2013.

“Destacamos que essas medidas estão sendo tomadas, em grande parte, porque o crescimento da demanda por viagens aérea está em processo de desaceleração. Depois de três anos consecutivos de expansão consistente no fluxo de passageiros no país (17,65% em 2009, 23,47% em 2010 e 15,72% em 2011), em 2012, a projeção mais otimista, da própria Gol, não ultrapassa 10% de crescimento”, lembra a equipe da Planner, em relatório.

“Os reflexos dessas mudanças devem aparecer quando analisarmos o grupo que controla a GOL e a Webjet. A demanda deve crescer mais que a oferta em função dessa racionalização. Estamos realizando todas as ações de redução de custo fixo necessárias para adequar a companhia a essa nova realidade durante o segundo trimestre. O Kakinoff assume a empresa com uma série de desafios impostos pela indústria. Porém, o movimento estratégico de tornar a empresa mais rentável já foi feito”, diz Oliveira Júnior.

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