Governo Bolsonaro: mercado questiona capacidade de impulsionar medidas econômicas no Congresso (Alan Santos/Agência Brasil)
Karla Mamona
Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 07h25.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2019 às 07h25.
(Bloomberg) -- A Pimco diz que ainda existem muitas razões para comprar mercados emergentes, mesmo quando alguns dos maiores bancos do mundo estão advertindo que o rali pode esfriar.
Geraldine Sundstrom, diretora gerente da empresa sediada em Londres, diz que a combinação de pausa do Federal Reserve, alívio das tensões comerciais entre Washington e Pequim, bem como o estímulo chinês oferecem apoio a títulos no mundo em desenvolvimento. Ela espera que as fricções entre as duas principais economias do mundo diminuam antes do prazo final de 1º de março para o governo Trump, enquanto a medida de estímulo da China pode realmente levar o crescimento do país a acelerar durante o segundo semestre do ano.
"As chances são otimistas", disse Sundstrom em uma entrevista. "O Fed é dado há alguns meses. Se a guerra comercial melhorar e o estímulo chinês funcionar, isso seria uma boa notícia para o mundo e para os mercados emergentes."
Sundstrom, ex-gerente de dinheiro da Brevan Howard Asset Management e da Moore Capital, é mais otimista em relação a moedas de países em desenvolvimento. Ela também disse que uma melhora no ciclo de semicondutores pode impulsionar os mercados acionários asiáticos. Ainda assim, as preocupações com a desaceleração do crescimento global favorecem nomes de qualidade em ações e créditos.
Investidores estão excessivamente pessimistas em relação à China em meio a ameaças tarifárias de Donald Trump e excessivamente complacentes com o presidente Jair Bolsonaro e sua capacidade de impulsionar medidas econômicas no Congresso, de acordo com Sundstrom. O mercado ação brasileiro pode decepcionar fundos apostando em uma reforma completa das regras de aposentadoria. Enquanto isso, títulos em dólar do setor imobiliário chinês e ações de consumo do país parecem atraentes, disse.
Sundstrom afirmou que as eleições serão grandes testes na Argentina e na Índia, em meio ao otimismo quanto às promessas de reformas de longo prazo de Mauricio Macri e Narendra modi.
"Quando você olha para os fundamentos econômicos e a vulnerabilidade, a Argentina no papel é mais vulnerável", disse ela. "Em um resultado ruim, eu prefiro ter a Índia. Em um bom resultado, há mais valor na Argentina."