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Ganhos da renda variável e risco da fixa? Arthur Vieira de Moraes explica

Fáceis de entender e atrelados a ativos palpáveis, os fundos de investimento imobiliários (FIIs) têm atraído mais os brasileiros do que a bolsa

O professor especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes se junta à EXAME Research (David Oliveira/Exame)

O professor especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes se junta à EXAME Research (David Oliveira/Exame)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 16h54.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 16h30.

Arthur Vieira de Moraes se formou em direito, mas ainda na faculdade foi seduzido pelo dinamismo do setor financeiro, onde seu pai já atuava. Como agente autônomo de investimentos, descobriu sua missão de vida. “Não sou exatamente o tipo expansivo, mas lidar com o investidor pessoa física, conversar e explicar sobre o mercado e os produtos é muito gratificante. Eu me encontrei nesse lado educacional”, diz.

Professor de cursos da bolsa brasileira B3 e doutorando em administração de empresas pela Universidade de São Paulo, Moraes se junta nesta segunda-feira, 17, ao time da EXAME Research, a unidade de análise de investimentos da EXAME. Será responsável pela cobertura dos fundos de investimento imobiliários (FIIs), uma aplicação que está tendo agora um segundo momento de forte expansão no Brasil.

O primeiro, em 2012, foi o que chamou a atenção de Moraes. Em setembro daquele ano, a Selic, taxa básica de juro da economia, foi reduzida para 7,25% ao ano, a menor até então. Os retornos menores da renda fixa acabaram levando os investidores a procurar outras opções para suas economias, e os FIIs ganharam muitos fãs. Entre dezembro de 2011 e o final de 2012, o número de investidores nesses fundos passou de 36.000 para 102.000.

Para Moraes, é fácil de entender por que os FIIs são tão atrativos. “Dizem que brasileiro gosta de investir em imóveis, mas a verdade é que todo mundo gosta”, afirma. “O fundo é simples, atrelado a um ativo concreto. Se o investidor está procurando correr mais risco, encontra no FII uma alternativa com menos volatilidade do que a da bolsa ou até do que títulos do Tesouro Nacional de longo prazo. E, por pagar um rendimento todo mês, o fundo parece a renda fixa. Na literatura especializada, esse fundo é tido como um produto híbrido.”

Com a elevação da Selic novamente a partir de 2013, o número de investidores nos FIIs pouco se alterou por alguns anos. O mercado não ficou parado, porém. A regulação foi aperfeiçoada e os fundos passaram a incluir mais ativos e a diversificar a carteira.

Em 2017, o início de uma nova trajetória de queda dos juros voltou a empurrar os investidores para os fundos. Se, nesse período, a recente corrida dos pequenos investidores à bolsa de valores tem impressionado o país e transformado o mercado financeiro, a migração para os fundos imobiliários é ainda mais espantosa. De dezembro de 2016 a julho de 2020, o número de brasileiros investindo em ações cresceu cinco vezes, atingindo 2,8 milhões no mês passado. No mesmo intervalo, os brasileiros que aplicam nos FIIs saltaram de 89.000 para 957.000 — um aumento de quase 11 vezes.

É com esse público em expansão que Moraes quer conversar na EXAME. “Pretendo continuar ajudando a difundir conhecimento, para que o segmento siga crescendo com qualidade”, afirma o professor, que estreia no canal da EXAME Research no YouTube na sexta-feira, 21, seu programa FIIs em EXAME. Respondendo a perguntas da audiência com convidados especiais, Moraes espera ajudar todos os participantes desse mercado. “A conversa vai envolver gestores, investidores, proprietários de imóveis. Assim, cada um consegue se colocar no lugar do outro e compreender melhor o funcionamento do produto.”

 

Dúvidas, críticas ou observações sobre fundos imobiliários?

Envie outras perguntas sobre fundos imobiliários para Arthur Vieira de Moraes. As perguntas selecionadas serão respondidas no novo programa  semanal FIIs em EXAME, que estreia na próxima sexta-feira, 21 de agosto, às 15h.

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