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‘Fundos abutres’ já rondam a dívida da OGX

A empresa tem cerca de US$ 3,6 bilhões em títulos, com vencimento em 2018 e 2022


	OGX: analistas acreditam que a empresa não estará apta a cumprir todos os seus compromissos, mesmo se colocar à venda alguns de seus ativos
 (Divulgação)

OGX: analistas acreditam que a empresa não estará apta a cumprir todos os seus compromissos, mesmo se colocar à venda alguns de seus ativos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 14h58.

São Paulo - Investidores estrangeiros se posicionam para uma eventual reestruturação da dívida da OGX, que tem cerca de US$ 3,6 bilhões em títulos, com vencimento em 2018 e 2022.

Analistas acreditam que a empresa não estará apta a cumprir todos os seus compromissos, mesmo se colocar à venda alguns de seus ativos ou exercer a opção de put, ou seja, houver uma injeção de capital de US$ 1 bilhão por Eike Batista, controlador da companhia.

Além dos bônus estarem sendo negociados em níveis de preço que embutem a possibilidade de reestruturação da dívida, a liquidez tem sido elevada nas pontas de compra e de venda, indicando a presença de fundos especializados em papéis que estão prestes a serem reestruturados, chamados no mercado de “fundos abutres”.

“Normalmente esses fundos começam a comprar papéis para serem maioria em uma situação de reestruturação, que pode envolver processos judiciais”, explicou a operadora sênior de dívida do Credit Agricole Securities, Juliana Moreira. Pelas cláusulas dos bônus, para ser maioria é preciso ter uma posição de 25% dos papéis.

Para muitos analistas, a incapacidade de gerar caixa somada aos vencimentos previstos deixam poucas alternativas para a empresa e o caminho da reestruturação da dívida é muito provável. “

A questão é matemática, a conta não fecha”, disse Juliana. A percepção é que a empresa, mesmo se contar com uma injeção imediata de capital, pode não gerar caixa suficiente a partir do próximo ano para honrar suas dívidas.


Viabilidade

O banco Barclays disse em nota a clientes que o anúncio feito pela OGX sobre a desistência de alguns de seus campos traz incertezas quanto a “viabilidade” da companhia no curto e no longo prazo e que o pagamento imediato de US$ 449 milhões para a OSX deixa a empresa com menos de um trimestre de caixa.

Para o Deutsche Bank, a reestruturação da dívida não deve ser descartada, ainda mais porque o exercício da put é desvantajosa para seu controlador. Diante da forte depreciação das ações, Eike poderia perder o equivalente a R$ 2 bilhões caso exercesse, hoje, a promessa de subscrever novas ações ordinárias até o valor de US$ 1 bilhão.

“Falamos algumas vezes sobre o risco de que o valor dos ativos da OGX não fosse suficiente para cobrir a posição da dívida da empresa de quase US$ 4 bilhões.

Agora, estamos mais seguros que este pode ser o caso”, afirmou o analista do Deutsche Bank Marcus Sequeira, em relatório. Nessa conta estão, além dos dois bônus externos, dívidas contraídas por meio de emissão de debêntures e crédito contratado com instituição financeira estrangeira.

Também em documento a clientes, o JPMorgan estimou que a OGX necessita de uma injeção mínima de capital de US$ 700 milhões para garantir a operação até meados de 2014.

No entanto, o banco disse que essa injeção pode dar um fôlego para a empresa no curto prazo, mas não cobre o vencimento dos bônus de US$ 2,6 bilhões em 2018.

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