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Funcionários da Boeing votarão pelo fim da greve na véspera das eleições nos EUA

Nova proposta da companhia tem o endosso do sindicato; paralisação começou em setembro

Trabalhadores já rejeitaram duas ofertas anteriores da companhia (Jason Redmond/AFP)

Trabalhadores já rejeitaram duas ofertas anteriores da companhia (Jason Redmond/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 08h35.

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Os trabalhadores da Boeing estão em greve desde setembro e votarão na próxima segunda-feira, 4, uma oferta de contrato melhorada que inclui um aumento salarial de 38% em quatro anos e um bônus maior. A nova proposta da companhia tem o endosso do sindicato da categoria, de acordo com a Reuters.

A última oferta, apresentada na última quinta-feira, 31, chega em um momento crítico para a Boeing, que anunciou nesta semana que levantaria até US$ 24,3 bilhões para sustentar suas abaladas finanças, já que a paralisação de sete semanas de mais de 33.000 trabalhadores de fábrica da Costa Oeste dos EUA só piora seu fluxo de caixa.

"Em todas as negociações e greves, há um ponto em que extraímos tudo o que podíamos em barganhas e retendo nossa mão de obra. Estamos nesse ponto agora e corremos o risco de uma oferta regressiva ou menor no futuro", disse a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM). Os membros do sindicato rejeitaram duas ofertas anteriores da Boeing.

As ações da fabricante de aviões subiram 2,8% nas negociações após o expediente depois da oferta ter sido anunciada anteriormente em um relatório da Reuters. As ações fecharam em queda de 3,2% durante o "horário normal" de operações das bolsas. No pré-mercado desta sexta os papéis subiam mais de 2%.

Mediação do governo

As negociações entre as partes foram realizadas nesta semana com a assistência da Secretária Interina do Trabalho dos EUA, Julie Su. A votação do sindicato ocorrerá um dia antes da acirrada eleição presidencial dos EUA.

Um acordo aprovado seria um impulso para o novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg, que está pressionando por uma "mudança cultural fundamental" na empresa após uma explosão de uma porta em janeiro, em pleno voo, que colocou os holofotes no histórico de segurança e qualidade da fabricante aviões.

A greve interrompeu a produção do 737 MAX, o mais vendido da companhia e do mesmo modelo que teve o registro da explosão no início do ano - fora outros incidentes nos últimos meses.

Ainda não está claro, porém, como os membros do sindicato votarão, segundo a Reuters. A equipe de negociação vinha pressionando por um aumento salarial de 40% e o retorno de uma pensão de benefício que os membros perderam há uma década.

Na semana passada, 64% dos trabalhadores rejeitaram uma oferta de um aumento salarial geral de 35% ao longo de quatro anos. A primeira oferta da Boeing de um aumento salarial de 25%, que foi endossada pelo sindicato, foi rejeitada por quase 95% dos trabalhadores em setembro.

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