Mercados

Fitch rebaixa Gafisa e Tenda e cita alavancagem elevada

Agência explica que os indicadores tiveram uma piora mais acentuada do que a expectativa inicial

As ações da Gafisa acumulam uma queda de 25% no ano e de 60% em doze meses (Alexandre Battibugli/EXAME)

As ações da Gafisa acumulam uma queda de 25% no ano e de 60% em doze meses (Alexandre Battibugli/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2012 às 20h21.

São Paulo – A alavancagem elevada da Gafisa (GFSA3) e da Tenda levou a agência de classificação de risco Fitch a cortar a nota de crédito das construtoras, mostra um relatório enviado ao mercado nesta segunda-feira. A nota nacional de longo prazo de ambas passou de BBB+ para BBB e da Tenda. A perspectiva dos ratings é negativa, mostra o documento assinado por José Roberto Romero e Fernanda Rezende.

Segundo a agência, o rebaixamento reflete enfraquecimento do seu perfil financeiro consolidado, resultado da revisão dos custos dos projetos e do elevado volume de distratos, principalmente no segmento de baixa renda operado pela Tenda. “A forte redução das margens operacionais, o aumento do estoque e a piora dos indicadores de crédito foram mais acentuados do que a expectativa inicial da Fitch”, dizem os analistas.

Em uma entrevista concedida para EXAME.com na semana passada, o presidente da empresa reiterou que a prioridade é reduzir a alavancagem. “O nosso maior objetivo é reduzir o nível de alavancagem da companhia. E, para isso, é estratégico que a gente reduza a exposição ao risco da Tenda substancialmente. Enquanto não tivermos controle absoluto das operações da Tenda, não vamos promover novos lançamentos”, disse Duílio Calciolari.

Margens

A Fitch espera que as margens operacionais do grupo, ao longo de 2012, continuem pressionadas pelos distratos no segmento de baixa renda e pelos projetos de margem reduzida ainda em curso. A agência reconhece, contudo, que a empresa continua a ter acesso a diversas modalidades de financiamentos e espera que a Gafisa alcance maior geração de caixa operacional proveniente da entrega de vários projetos em 2012, o que poderá contribuir para a redução da dívida corporativa e fortalecer a reserva de caixa.

“Dentre as principais iniciativas, destacam-se novas regras para as vendas de unidades ao segmento de baixa renda, forte desaceleração dos lançamentos da Tenda e maior foco nas marcas com maior margem operacional, como Alphaville e Gafisa. A companhia também tem promovido um redirecionamento geográfico para regiões com maior capacidade de construção, onde detém maior expertise”, avaliam.

As ações da Gafisa acumulam uma queda de 25% no ano e de 60% em doze meses.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingB3bolsas-de-valoresConstrução civilEmpresasGafisaMercado financeiroRating

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado