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Finlândia bloqueará compras do ESM no mercado secundário

Além do governo finlandês, a Holanda também indicou oposição à ideia de compra de títulos

"A Finlândia acredita que essa é uma forma ineficiente de estabilizar os mercados", afirmou uma autoridade sênior do governo (Pedro Armestre/AFP)

"A Finlândia acredita que essa é uma forma ineficiente de estabilizar os mercados", afirmou uma autoridade sênior do governo (Pedro Armestre/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 11h55.

Helsinque/Amsterdã - A Finlândia impedirá que o fundo de resgate permanente da zona do euro compre títulos de governos no mercado aberto, informou nesta segunda-feira o governo do país, enquanto a Holanda também indicou oposição à ideia de compra de títulos.

Comentários sugerindo momentos difíceis sobre a ideia seguiram-se ao acordo dos líderes da zona do euro na cúpula da semana passada para adotar medidas a fim de apoiar a união monetária do bloco e diminuir os custos de empréstimo da Espanha e da Itália.

Os líderes deram poucos detalhes sobre como podem usar os fundos de resgate temporário EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e o permanente ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) para comprar títulos.

Um porta-voz do Ministério das Finanças da Holanda disse nesta segunda-feira que o governo do país não gostou da ideia de compra de títulos, mas não afirmou explicitamente que a Holanda irá bloquear o plano, dizendo apenas que avaliará as compras caso a caso.

"O primeiro-ministro disse na sexta-feira que não é a favor de comprar títulos", disse o porta-voz para o Ministério das Finanças da Holanda Niels Redeker. "Usar os instrumentos existentes para comprar títulos será caro e só poderá ser feito se houver unanimidade (entre os Estados-membros). Isso significa que a Holanda precisa votar a favor."

Sob a insistência da Espanha e da Itália, que estão agora no olho do furacão da dívida do euro, os líderes europeus decidiram na semana passada afrouxar levemente os termos sob os quais os países que seguem as regras e recomendações da UE podem conseguir ajuda da zona do euro para diminuir os prêmios ao mercado.

O acordo depois da cúpula da semana passada informou que intervenções nos mercados de títulos pelos fundos de resgate ESM e EFSF seriam feitas pelo Banco Central Europeu (BCE), que agiria como um agente para os fundos.

Mas a compra de títulos pelo ESM no mercado aberto exigirá a aprovação unânime dos 17 países da zona do euro, e isso parece improvável porque a Finlândia e a Holanda são contra, informou o governo finlandês em um comunicado a um comitê parlamentar do país.

"A Finlândia acredita que essa é uma forma ineficiente de estabilizar os mercados", afirmou uma autoridade sênior do governo.

"Devido à intervenção da Finlândia e, entre outros, da Holanda, a possibilidade de operações do ESM nos mercados secundários está bloqueada", informou o governo no comunicado.

Não estava imediatamente claro quais outros governos opõem-se à medida.

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