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FedEx cai 13% com perspectiva fraca para 2020

Quebra de acordo com a Amazon e conflito comercial entre Estados Unidos e China reduziram previsão de lucro

FedEx: companhia se diz prejudicada por conflito comercial e quebra de acordo com a Amazon (Justin Sullivan/Getty Images)

FedEx: companhia se diz prejudicada por conflito comercial e quebra de acordo com a Amazon (Justin Sullivan/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 15h50.

As ações da FedEx caíam cerca de 13% nesta quarta-feira depois que a empresa de entrega de encomendas reduziu perspectiva de lucro para 2020, culpando as tensões comerciais e quebra de acordo com a cliente que virou concorrente Amazon.

O alerta de lucro eliminou os ganhos das ações da FedEx no ano e levou várias corretoras a reduzir estimativas de preços para o papel da companhia.

Às 12h57, as ações da FedEx em Nova York tinham queda de quase 14 por cento, no caminho da maior queda percentual em um dia desde 2008.

O JP Morgan foi o mais agressivo ao reduzir o preço-alvo para a ação da FedEx, cortando o valor em 22 dólares. O banco citou que o crescimento do negócio Express da FedEx, sua maior unidade, está sofrendo atrasos na integração com a TNT Express, uma empresa holandesa de entregas adquirida em 2016 por 4,8 bilhões de dólares.

Um dos principais indicadores da economia global e do setor de logística mais amplo, a FedEx espera concluir a longa e onerosa integração em 2021 a um custo estimado de cerca de 1,7 bilhão de dólares.

O Credit Suisse, que também reduziu o preço-alvo para as ações da FedEx, de 175 para 168 dólares, disse que com a exceção de uma recessão total, os números quase não embutem riscos, com o potencial de uma reaceleração no crescimento dos lucros no ano fiscal de 2021.

“Este é um ano de transição ... acreditamos que os ganhos devem se recuperar no ano fiscal de 2021 e obviamente melhorariam mais cedo se houvesse um acordo comercial entre os EUA e a China”, disse Helane Becker, analista da Cowen, em nota.

Alguns analistas também apoiam a visão da empresa de que a eliminação do contrato da Amazon resultará em melhoria de margem.

“Os contratos com a Amazon representam apenas uma pequena proporção de nossas receitas”, disse o presidente-executivo da FedEx, Frederick Smith.

A FedEx agora espera que o lucro ajustado caia entre 16 e 29 por cento para o ano fiscal de 2020, que se encerra em maio, ante estimativa divulgada em junho de recuo de 5 por cento. Analistas, em média, esperavam lucro por ação de 14,69 dólares, segundo a Refinitiv.

Além disso, a FedEx afirmou que vai começar uma nova rodada de cortes de custos, incluindo redução de serviços na rede de transporte aéreo da FedEx Express. A empresa também vai tirar da frota ativa dezenas de aviões.

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