Fase difícil: como os problemas com o PS5 fizeram a Sony perder US$ 10 bilhões
Empresa registrou sua maior queda na bolsa em dois anos depois da redução das projeções de vendas
Redatora
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 08h14.
Na última quarta-feira, 14, o conglomerado japonês Sony reduziu a previsão de vendas do seu console de videogames PlayStation 5 para 21 milhões de unidades no ano fiscal que termina em março, em comparação com uma previsão anterior de 25 milhões de unidades.
Com o anúncio, as ações da empresa perderam US$ 10 bilhões, de acordo com um cálculo da emissora norte-americana CNBC. Além disso, a Sony registrou sua maior queda em dois anos depois da redução das projeções de vendas.
E as coisas não devem melhorar tão cedo. Rivais como Nintendo (que aumentou recentemente sua previsão de vendas para o ano) e Microsoft devem lançar novos hardwares a tempo da próxima temporada de festas, apertando ainda mais o nível de competição para a Sony. O lucro operacional no negócio de jogos caiu cerca de 25% na comparação trimestral, atingido também por menores vendas de jogos.
As vendas decepcionantes de hardware do PlayStation 5 ocorreram apesar de um trimestre forte. O jogo Marvel's Spider-Man 2 foi lançado em outubro como exclusivo do PS5, e vendeu 2,5 milhões de cópias em suas primeiras 24 horas, tornando-se a estreia de maior venda dos estúdios internos da Sony. Isso aumentou as expectativas, juntamente com o número recorde de usuários na rede PlayStation em dezembro.
Mesmo assim, o PS5 ainda enfrenta problemas que remontam ao seu lançamento no mercado, desde o final de 2020. O console teve problemas de produção e atrasos no transporte por conta da pandemia, limitando sua disponibilidade. A empresa lançou uma edição atualizada do console PS5 em outubro, tornando-o mais compacto e eficiente em termos de energia.
Isto é, a Sony gastou muito para vender o produto, o que já comprometia sua rentabilidade. A decepção nas vendas do trimestre aprofundaram as preocupações.
Além dos jogos
A Sony também precisa reformular sua estratégia na Índia, após uma fusão de US$ 10 bilhões entre sua unidade local e a empresa de mídia Zee Entertainment Enterprises fracassar devido a discordâncias sobre liderança. Esse acordo era o ponto central do aumento do esforço da empresa japonesa em um mercado de 1,4 bilhão de pessoas.
"As negociações com a Zee não estavam avançando, mas achamos que a Índia é um mercado promissor com alto potencial de crescimento a longo prazo", disse o diretor de operações Hiroki Totoki em uma call com investidores. "Se houver algo que possa substituir o acordo com a Zee, gostaríamos de considerá-lo ativamente.
A gigante japonesa agora planeja desmembrar sua unidade de serviços financeiros em um IPO em outubro de 2025, e manter participação de cerca de 20% no negócio. O plano é focar no crescimento de segmentos como entretenimento e sensores de imagem.