Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 12h12.
São Paulo - Depois de cair nos últimos dois pregões, a Bovespa tenta se aproximar novamente dos 59 mil pontos nesta quinta-feira, seguindo refém do estreito intervalo de pontuação que vem marcando este início de mês. Aliás, o fechamento mais cedo da semana, por causa do feriado nacional nesta sexta-feira (12), tende a inibir os movimentos dos investidores, já que os mercados internacionais funcionam normalmente. Por enquanto, o humor externo está melhor, relegando o rebaixamento do rating espanhol pela Standard & Poor's (S&P) e digerindo os dados dos Estados Unidos. Por volta das 10h, o Ibovespa subia 0,40%, aos 58.692,16 pontos, na máxima.
Para um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, a despeito da dinâmica própria assumida pela renda variável brasileira recentemente, por causa das intervenções do governo em diferentes setores da economia e que têm representatividade na Bolsa, o dia hoje deve ser de recuperação. Essa avaliação, segundo ele, se sustenta no desempenho das bolsas no exterior.
Pouco antes do horário acima, o futuro do Dow Jones, em Nova York, mostrava alta de 0,40%, beneficiado pela queda bem maior que a esperada nos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA, em 30 mil, ante previsão de -2 mil solicitações. Já o déficit da balança comercial ficou em US$ 44,22 bilhões em agosto, ligeiramente pior que a previsão de US$ 44 bilhões. Já o índice de preços das importações subiu mais que o previsto, em +1,1%, ante estimativa de +0,8%.
Já na Europa, as principais bolsas europeias exibiam ganhos ao redor de 1%. A exceção ficava para o mercado acionário em Madri, que caía 0,52%, em reação à decisão da S&P de cortar em dois graus, para BBB-, a nota de risco de crédito da Espanha, mantendo a perspectiva negativa. Agora, contudo, os investidores alimentam esperanças de que o rebaixamento do país deve forçar o governo do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, em solicitar formalmente um pedido de ajuda financeira o quanto antes.
Com isso, o euro retorna ao patamar de US$ 1,29, o que também embala as principais commodities industriais. Ainda na agenda econômica norte-americana, às 12h, saem os números semanais oficiais sobre os estoques de petróleo e seus derivados nos EUA. Por fim, às 15h, é a vez do resultado das contas do governo em setembro. Também pouco antes das 10h, o contrato futuro para novembro do petróleo WTI subia 1,37%, a US$ 92,50 por barril.
Ainda assim, o profissional citado acima, que falou sob a condição de não ser identificado, tem dúvidas sobre se os negócios locais seguirão em alta até o fim do dia, principalmente por causa do feriado no Brasil e da proximidade de eventos técnicos, na semana que vem (vencimentos de opções sobre ações e de índice futuro).
"O mercado tem sido sinistro", avalia, referindo-se ao comportamento destoante da Bolsa brasileira em relação aos mercados referenciais em Nova York. "Na tristeza, se abraçam. Na alegria, não acompanha", diz.
Por isso, o noticiário doméstico também tende a ser desprezado. O aumento mais fraco das vendas do comércio varejista brasileiro em agosto ante julho, de +0,2%, na série com ajuste sazonal, não deve motivar as ações ligadas ao consumo interno.
Da mesma forma, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar pela décima vez seguida a taxa básica de juros (Selic), para o mínimo histórico de 7,25%, e sinalizar que o patamar baixo deve seguir estável por um período prolongado, ainda não fortifica a atratividade da renda variável em relação à renda fixa.