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Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2010 às 13h20.
Brasil é citado como mercado forte para ofertas iniciais
Por Cecilia Valente
LONDRES, 30 de dezembro (Reuters) - Os Estados Unidos estão
perdendo a posição de maior ponto global para ofertas iniciais
de ações de empresas (IPO, na sigla em inglês), devido a
regulações restritivas e competição de outros centros
financeiros, mostrou uma pesquisa com advogados
norte-americanos nesta quinta-feira.
Mais de 70 por cento de um total de 50 advogados da área de
mercados de capitais, cujos escritórios prestaram assessoria
para três quartos dos maiores IPOs nas principais bolsas dos
EUA neste ano, disseram que o país está perdendo a atratividade
como destino das ofertas iniciais de ações.
"O fato é que enquanto o ambiente regulatório dos EUA se
tornava mais restritivo, outras bolsas no mundo ficavam mais
sofisticadas e com maior liquidez e vêm ganhando market share",
disse Joshua Ford Bonnie, sócio do escritório Simpson Thacher &
Bartlett.
Empresas considerando um IPO nos EUA terão que adotar os
termos da chamada reforma financeira Dodd-Frank, que afeta os
universos da governança e da abertura de informações da
companhia, entre outras coisas. O novo ambiente tem por
objetivo a redução de riscos sistêmicos pelo estabelecimento de
políticas de supervisão.
Ainda assim, o novo arcabouço regulatório dos EUA não irá
deter empresas chinesas, que todos os advogados que responderam
à pesquisa da KCSA Strategic Communications disseram que serão
o principal motor da atividade de IPO nas bolsas
norte-americanas em 2011.
"Esperamos que as empresas chinesas irão, pelo menos no
curto prazo, continuar a listar ações nas bolsas dos EUA devido
a regras mais claras e pelo prestígio de se estar no mercado
norte-americano", disse Colin Diamond, sócio do escritório de
advocacia White & Case.
Advogados também esperam que empresas sediadas em outros
países emergentes contribuam para o tráfego de IPOs, com 37 por
cento e 30 por cento dos entrevistados nomeando Brasil e Índia,
respectivamente, como países que vão estar na relação de
líderes do movimento de ofertas iniciais de ações.
Apesar da preocupação sobre a posição dos EUA como polo
global de IPOs, o sentimento para o mercado de ofertas iniciais
de ações em 2011 no geral é positivo, com 77 por cento dos
advogados que responderam à pesquisa antecipando mais operações
em 2011.
Empresas que receberam aportes de grupos de private equity
devem dominar as ofertas iniciais de ações em 2011, de acordo
com 74 por cento dos advogados, que citaram os setores de
tecnologia e ciência da vida como áreas mais fortes para IPOs.