Bandeira da China: país quer levantar mais de US$ 200 para reforçar investimentos em infraestrutura (Thomas Peter/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 07h30.
Última atualização em 18 de agosto de 2022 às 07h43.
Os principais indicadores do mercado internacional operam em tom de cautela no início desta quinta-feira, 18, com investidores ainda digerindo a ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada na tarde de ontem, 17. Embora parte dos economistas tenha considerado as sinalizações da ata como mais "dovish" do que "hawkish", os efeitos foram limitados no mercado.
As apostas de redução do ritmo de alta de juros para 0,50 ponto percentual na reunião de setembro cresceram após a ata, mas o mercado ainda vê espaço para um novo ajuste de 0,75 p.p., que levaria a taxa americana para o intervalo de 3% a 3,25%. A probabilidade que estava em 50% para cada antes da ata, segundo monitor do CME Group, foi para 60% para um ajuste mais brando e 40% para manutenção do ritmo acelerado.
Índices de Wall Street, que fecharam em queda no último pregão, apresentam leve recuperação no mercado de futuros desta manhã. Por outro lado, a alta do dólar ainda indica alguma aversão ao risco.
Bolsas da Ásia fecharam em queda nesta madrugada, seguindo o movimento do dia anterior no mercado ocidental. Nem mesmo notícias sobre novos estímulos na China impediram as perdas dos índices de Xangai e Hong Kong. Segundo a Bloomberg, a imprensa estatal da China revelou que o país pretende vender US$ 229 bilhões em títulos para financiar projetos de infraestrutura. A injeção de liquidez viria para contrapor o enfraquecimento da economia doméstica, que segue abalada por restrições para conter o coronavírus no país.
Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):
Na Europa, o tom é levemente positivo, após dados de inflação da Zona do Euro terem saído dentro das expectativas do mercado, ainda que em níveis historicamente elevados para a região. O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de julho acelerou de 8,6%para 8,9% na comparação anual, mas ficou praticamente estável frente ao mês anterior, com alta de 0,1%. Já o núcleo do IPC mensal caiu 0,2%, enquanto acelerou de 3,6% para 4% frente ao mesmo período de 2021.
Na agenda do dia, ainda estão previstos dados pedidos de seguro desemprego dos Estados Unidos e de vendas de casas usadas no país. Na véspera, quedas acima das projetadas para os estoques de petróleo e gasolina americanos ajudaram na recuperação do preço do petróleo. O WTI, negociado nos Estados Unidos, volta a operar próximo de US$ 90, enquanto o petróleo brent, referência para a política de preços da Petrobras, sobe nesta manhã para próximo de US$ 95.
A Totvs anunciou na última noite a compra da RBM por R$ 30 milhões mais uma fatia complementar não revelada atrelada ao atingimento de metas. A companhia tem 150 clientes e tem foco em soluções de software as a service para o setor de fintechs, instituições financeiras e gestoras de recebíveis. A receita bruta anualizada da RBM foi de R$ 13 milhões, com base no resultado de julho. A aquisição foi realizada por meio da Dimensa, subsidiária da Totvs em conjunto com a B3.
"Com esta aquisição, a Dimensa deverá ampliar sua oferta de produtos e serviços para seus clientes, aumentando seu mercado endereçável, representando mais um passo estratégico para fortalecer sua posição no segmento de tecnologias B2B para o setor financeiro e de fintechs",, afirmou a Totvs.
A Yduqs informou na última noite que a BlackRock se tornou um dos acionistas relevantes da companhia ao passar a deter 5,03% de suas ações ordinárias. A BlackRock, ainda segundo a Yduqs, tem mais 0,5% de participação por meio de instrumentos derivativos. O atingimento de participação relevante ocorre em meio à forte desvalorização da companhia. As ações da Yduqs acumulam 40% de queda nos últimos seis meses e mais de 75% de perda desde o início da pandemia.
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