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Esqueça China, sauditas são investidores do momento em mineração

A venda de uma fatia da unidade de metais básicos da Vale na semana passada promete se tonar um marco nos investimentos em mineração: a chegada da Arábia Saudita como player fundamental

Mineração: China, durante anos, foi a compradora dominante e uma importante fonte de financiamento, para garantir fornecimentos para sua rápida industrialização (Germano Lüders/Exame)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 31 de julho de 2023 às 10h17.

A venda de uma fatia da unidade de metais básicos da Vale na semana passada promete se tonar um marco nos investimentos em mineração: a chegada da Arábia Saudita como player fundamental.

O acordo dá ao reino 10% de uma das principais fornecedoras mundiais de níquel e cobre — metais essenciais para a descarbonização.

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Os sauditas também estão em outras negociações, inclusive com a Barrick para uma fatia em uma grande mina de cobre no Paquistão, segundo pessoas a par do assunto. Falando em condição de anonimato, executivos das principais mineradoras disseram que o valor do acordo de quinta-feira com a Vale deixou claro que os sauditas estão dispostos a gastar alto no setor.

A China, durante anos, foi a compradora dominante e uma importante fonte de financiamento, para garantir fornecimentos para sua rápida industrialização. Mas com o aumento das tensões com o Ocidente, a indústria de mineração agora enfrenta uma pressão cada vez maior para procurar outra fonte de investimentos.

A Arábia Saudita busca participações minoritárias em ativos de mineração globais que, com o tempo, ajudarão a fornecer acesso a suprimentos de minerais estratégicos. O país também visa construir uma indústria de processamento de metais que, por sua vez, poderia tornar seus depósitos minerais mais atraente para mineradoras internacionais. Isso faz parte dos esforços sauditas para diversificar a economia além do petróleo.

O reino já investiu pesado em ativos industriais e financeiros, mas o acordo com a Vale é sua primeira grande incursão na mineração.

Para muitas mineradoras ocidentais, o reino oferece acesso a uma enorme reserva de capital, à medida que os fundos chineses se tornam menos aceitáveis ​​politicamente em seus países. Alguns investidores institucionais também se tornaram menos confortáveis ​​com a mineração por questões ambientais.

Os investidores da região do Golfo Pérsico agora provavelmente se tornarão os financiadores mais importantes do setor, de acordo com Robert Friedland, da Global Mining Management. O Catar já é um grande acionista da Glencore.

“Agora, provavelmente, a maior oferta de capital para a indústria de mineração virá do Oriente Médio”, disse Friedland, que passou os últimos anos desenvolvendo uma das maiores operações de cobre do mundo, na República Democrática do Congo, com a ajuda de fundos chineses.

Mas a Arábia Saudita oferece algo além de dinheiro: respaldo político a empresas que buscam expandir no mundo muçulmano à medida que os depósitos em outras regiões se esgotam.

A canadense Barrick negocia com o fundo soberano saudita, conhecido como PIF, uma participação em seu projeto de cobre Reko Diq no Paquistão, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Trazer os sauditas a bordo não apenas aliviaria o ônus de financiamento da Barrick, mas também apresentaria um parceiro que tem influência política significativa no Paquistão, disseram as pessoas.

Porta-vozes do PIF e da Barrick não comentaram.

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