Mercados

Espanha e França superam teste dos mercados

Os dois países conseguiram captar dinheiro no mercado com taxas baixas após o rebaixamento; negociação entre Grécia e credores continuam

Ante uma enorme demanda, o Tesouro espanhol captou 6,609 bilhões de euros (Philippe Desmazes/AFP)

Ante uma enorme demanda, o Tesouro espanhol captou 6,609 bilhões de euros (Philippe Desmazes/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 13h14.

Paris - Espanha e França superaram com êxito nesta quinta-feira seu primeiro grande teste nos mercados desde a redução de suas respectivas notas, em um dia marcado também por uma nova rodada de negociações cruciais para Grécia - prevista para o final da tarde - com o intuito de se chegar a um acordo com os bancos.

Ante uma enorme demanda, o Tesouro espanhol captou 6,609 bilhões de euros, sendo que a meta estava situada entre 3,500 e 4,500 bilhões.

Paris, por sua vez, conseguiu obter quase 9,500 bilhões de euros, com taxas também em baixa.

Estas emissões da dívida espanhola e francesa, algumas delas a 10 anos, significaram um primeiro grande teste após o rebaixamento, realizado há quase uma semana, das notas de nove países da Eurozona pela agência de classificação Standard and Poor's, que privou França e Áustria da nota máxima triplo A, reduzindo-as em um escalão. Já a nota da Espanha foi rebaixada em dois escalões.

Este rebaixamento em série, previsto pelos mercados, fez temer uma alta dos juros que teriam que ser pagos por estes países para emitir dívida, mas o efeito foi contrário. Desde segunda-feira, França, Espanha, Alemanha e Portugal têm pago juros mais baixos.

No caso da Espanha, esta é a sexta emissão com um custo de financiamento menor em geral, em particular para os bônus a 10 anos.

A Grécia, por sua vez, continua tentando desesperadamente convencer a seus credores privados (bancos, fundos de investimento, etc) para que lhe perdoem 100 bilhões de euros de sua dívida de 350 bilhões.

Nesta quinta-feira, os credores gregos voltarão a se reunir com o primeiro-ministro Lucas Papademos, em Atenas.

Na sexta-feira passada, foram suspensas as negociações devido ao desacordo sobre os tipos de juros a serem pagos pela Grécia para os novos títulos da dívida que serão emitidos.

Uma fonte bancária disse na quarta-feira em Paris que os bancos franceses, que já perdoaram 60% de sua exposição à dívida grega, terão que aumentar o volume de dívida perdoada.

As autoridades gregas já reiteraram seu otimismo sobre a possibilidade de que se chegue a um acordo antes do final de semana.

O conselho de administração do FMI, por sua vez, deu sinal verde em Washington nesta quinta-feira para negociar com a Grécia um novo empréstimo acordado pela zona do euro a Atenas em outubro passado, num sinal de que a Grécia e seus credores privados estão de fato próximos de um acordo.

Os principais credores da Grécia - o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI - atrasaram sua missão a Atenas, prevista para o início da semana, também à espera do resultado das negociações com os bancos.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingEspanhaEuropaFrançaMercado financeiroPaíses ricosPiigsRatingTítulos públicos

Mais de Mercados

Nordstrom deixa a Bolsa e dona da Liverpool passa a ser acionista em acordo de US$ 6,25 bi

Orizon cria JV com maior produtora de biometano da América Latina no Rio

Apple se aproxima de marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado

Onde investir em 2025: Wall Street aponta os 4 setores mais lucrativos