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Entenda o que é swap cambial e swap cambial reverso

Instrumentos são utilizados pelo Banco Central para interferir na cotação do dólar; veja a diferença entre swap tradicional e swap reverso

 (Ingram Publishing/Thinkstock)

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Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 12 de julho de 2017 às 12h20.

Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 17h17.

Não é raro que os termos swap cambial e swap cambial reverso apareçam no noticiário econômico. Essas duas ferramentas são usadas pelo Banco Central para conter a volatilidade do dólar frente ao real.

Antes de entender como elas funcionam, é preciso saber o que é um swap. O swap é um derivativo -- contrato cujo valor deriva de outro ativo -- que envolve a troca de indexadores entre duas partes (o BC e um investidor, por exemplo). Na operação, não há transferência de fluxos de capital, mas sim uma troca de rentabilidades no final do período do contrato. 

No swap tradicional, o Banco Central oferece ao investidor o pagamento da oscilação do dólar, além de um prêmio. Já o investidor se compromete a pagar ao BC a diferença da taxa de juros durante o período de validade do ativo. A referência é o DI, taxa utilizada entre instituições financeiras que é próxima à Selic.

É como se os investidores apostassem que os juros irão subir mais que o dólar e o BC apostasse o contrário. No fim do contrato, as duas partes trocam os rendimentos. Caso o dólar aumente mais que os juros, os investidores ficam protegidos, enquanto o Banco Central deixa de ganhar.

O objetivo do BC, no entanto, não é ganhar ou perder dinheiro. A autoridade monetária oferta esse contrato quando julga que há a necessidade de controlar altas bruscas da moeda norte-americana -- que impactam diretamente na inflação do país.

Como esses contratos funcionam como uma garantia, eles tornam a compra do dólar à vista desnecessária naquele momento, aliviando a pressão sobre a moeda norte-americana. É por isso que se diz que o swap cambial tradicional é o equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

O swap cambial reverso, por sua vez, é usado quando há a necessidade de controlar quedas bruscas da moeda norte-americana — o que pode ser prejudicial, por exemplo, para as exportações.

O mecanismo é o mesmo do swap tradicional, com a diferença das rentabilidades trocadas. O BC oferece aos compradores os juros do período. O investidor, por outro lado, paga à autoridade monetária a oscilação cambial do período.


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