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Enem pode atrapalhar bom momento das ações do setor de educação

Noticiário negativo e impacto no fluxo das matrículas após erros do exame podem afetar papéis, diz BTG Pactual

O Anhanguera (AEDU11), um dos maiores grupos educacionais do país, usa o Enem como processo seletivo (Germano Luders)
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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2010 às 15h08.

São Paulo - As falhas durante a aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no último final de semana não devem arranhar apenas a imagem do Ministério da Educação. Caso os órgãos reguladores decidam pela suspensão e adiamento do teste de parte ou de todos os 4,6 milhões de inscritos neste ano, a expectativa do mercado é de queda para as ações do setor de educação no curto prazo, mostra relatório do banco de investimentos BTG Pactual desta terça-feira (9).

O banco defende que os problemas operacionais durante a aplicação do exame devem ter impacto direto nos resultados do primeiro semestre de 2011 do setor, uma vez que o Enem serve com teste admissional e fonte de matrículas para os cursos de graduação superior. Atualmente, as ações da Anhanguera Educacional (AEDU11) e Kroton (KROT11) – controladora das redes Pitágoras e IUNI – representam o setor de educação na bolsa.

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“Diante do fluxo de notícias negativas sobre o setor após as falhas nos testes, aliadas à performance acima da média do mercado das ações antes dos problemas operacionais, enxergamos um período de correção para baixo no preço das ações no curto prazo”, dizem os analistas Claudio Ferraz e Rodrigo Melo.

Perdas

A segunda crise consecutiva na aplicação do Enem – que foi alvo de fraude em 2009, com o vazamento da prova ainda na gráfica e posterior adiamento  – deve ter seu impacto contrabalançado justo por sua reincidência, ainda que ela seja lamentável, afirmam os analistas. “O golpe deve ser mais fraco que no primeiro semestre de 2010, uma vez que as companhias estão agora melhor preparadas”, dizem.

No sábado (6), primeiro dia de prova do Enem 2010, parte dos exemplares do exame foram impressos com folhas repetidas ou erradas, deixando os alunos sem todas as questões. O espaço para o gabarito das questões de ciências da natureza estava incorretamente identificado como ciências humanas.  O Ministério da Educação e a responsável pela impressão admitiram as falhas. Estimativas dão conta de 2 mil estudantes com a prova incorreta.

A crise deve ser marginalmente negativa para o desempenho dos papéis do segmento, aponta o BTG Pactual. Já quando o assunto são os fundamentos para o setor de educação, no entanto, a tendência para os papéis é de alta. “Permanecemos otimistas para as companhias, o que deve ser confirmado com uma sólida temporada de resultados do terceiro trimestre de 2010 e pelo crescimento do segmento de educação à distância”.

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