Em mês histórico, Bolsa fecha em queda de 4% e JBS lidera perdas
O principal índice da Bolsa desabou impactada pelas delações da JBS; confira as principais queda no mês
Karla Mamona
Publicado em 31 de maio de 2017 às 17h32.
São Paulo - O mês de maio entrou para a história do mercado acionário brasileiro. No dia 18 de maio, oprincipal índice da Bolsa teve seus negócios interrompidos pelo mecanismo de circuit breaker após desabar mais de 10% no início do pregão.
O pânico no mercado ocorreu após o jornal O Globo publicar que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou o presidente Michel Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Antes das delações da JBS, os investidores seguiam otimistas acreditando na aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária. Na época, a expectativa era que o Ibovespa alcançasse os 70 mil pontos. Com a crise política que se instaurou no país, em maio, o índice fechou bem abaixo, com 62.711 pontos e uma queda de 4,12%.
Entre os papéis que configuram o índice, o destaque negativo de maio foi a JBS, que fechou o mês com queda de 21,56%, sendo negociado a 8 reais.
Os investidores da companhia viveram fortes emoções com as oscilações das ações. No dia em que a Bolsa parou por meia hora, os papéis da JBS chegaram a cair mais de 31% e a companhia perdeu em apenas um dia 7,4 bilhões de reais em valor de mercado.
A companhia também está sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários. Desde o dia 18 de maio, a CVM instaurou oito processos administrativos envolvendo a companhia. Um dos inquéritos administrativos está relacionado à atuação da companhia no mercado de dólar futuro.
No decorrer dos dias, as ações da JBS tentaram uma recuperação. Hoje, as ações fecharam em alta de 9,05% após o acordo de leniência de 10,3 bilhões de reais com o Ministério Público Federal para serem pagos em 25 anos.
Desinvestimento e aposentadoria
Outro destaque negativo do mês foram as ações da Eletrobras. Os papéis preferenciais registraram queda de 21,15% no mês, enquanto os ordinários, caíram 18,60%.
A estatal que já anunciou um plano de desinvestimentos contratou o BTG Pactual para prestar serviços de consultoria especializada.
O plano da Eletrobras é vender fatias em ativos de geração e transmissão de eletricidade para levantar até 4,6 bilhões de reais, que serão utilizados para pagamento de dívidas.
Além disso, a companhia anunciou neste mês que lançou um plano de aposentadoria para até 4.607 empregados.
O plano está sendo implantado simultaneamente na holding e nas empresas Eletrobras CGTEE, Cepel, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Eletropar, Eletrosul e Furnas.
Confira abaixo os destaques negativos do mês.
Empresa | Ticker da ação | Desempenho no mês |
---|---|---|
JBS | JBSS3 | -21,56% |
Eletrobras | ELET6 | -21,15% |
Eletrobras | ELET3 | -18,60% |
MRV | MRVE3 | -18,05% |
Cyrela | CYRE3 | -17,12% |
Lojas Americanas | LAME4 | -13,26% |
Banco do Brasil | BBAS3 | -13,24% |
Marfrig | MRFG3 | -12,08% |
Cemig | CMIG4 | -12,05% |
CSN | CSNA3 | -11,48% |
Dólar
A crise política também impactou no dólar. Em maio, a moeda norte-americana subiu 1,94%, terceiro mês seguido de ganhos. No ano até agora, o dólar acumula leve queda de 0,41%.