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Ações de Itaú e Bradesco têm dia ruim e contaminam Ibovespa

Também pesaram as preocupações com o aumento das tensões entre Estados Unidos e China

Ibovespa: Alta recente do índice reflete expectativas para a Reforma da Previdência, dizem analistas (NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: Alta recente do índice reflete expectativas para a Reforma da Previdência, dizem analistas (NurPhoto/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 30 de julho de 2019 às 17h45.

Última atualização em 30 de julho de 2019 às 17h46.

 O Ibovespa recuou nesta terça-feira com o setor bancário exercendo grande peso negativo sobre o índice, após a divulgação do balanço trimestral de Itaú Unibanco, ainda em meio a preocupações com o aumento das tensões entre Estados Unidos e China. O índice caiu 0,53%, a 102.932,76 pontos.

No cenário nacional, o destaque da sessão foi o movimento de realização nos papéis do segmento bancário, com Itaú Unibanco liderando a queda, mesmo após reportar alta de 10,2% no lucro recorrente do segundo trimestre, resultado em linha com expectativas dos analistas.

"Isso ocorre muito por conta do temor dos investidores sobre o que o crescimento dos bancos digitais pode significar no lucro dos bancos tradicionais", afirmou à Reuters o analista Felipe Silveira, da Coinvalores. "Mas em curto prazo é muito difícil ver qualquer sinal mais claro disso."

Banco Inter sobe mais de 20%

As units do Banco Inter chegaram a subir mais de 20% nesta sessão, após o banco digital levantar 1,25 bilhão de reais em um oferta primária de ações e atrair o japonês SoftBank Group como acionista.

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No cenário externo, o aumento das tensões entre EUA e China influenciaram os mercados internacionais, após o presidente dos EUA, Donald Trump, advertir Pequim para não esperar o fim de seu primeiro mandato para finalizar o acordo entre os dois países.

O mercado ainda aguarda as reuniões de política monetária do Federal Reserve nos EUA e do Banco Central brasileiro, que devem resultar em cortes nas taxas de juros na quarta-feira. "A expectativa é um corte de 0,25 (ponto percentual) lá e aqui. Qualquer decisão fora disso será surpreendente", disse Silveira, da Coinvalores à Reuters.

Dólar se aproxima de R$ 3,80

O dólar renovou a máxima em três semanas, aproximando-se de 3,80 reais, mas ainda caminha para fechar o segundo mês consecutivo de queda, na expectativa pelas decisões dos BCs no Brasil e nos Estados Unidos. A moeda subiu 0,19%, a 3,7909 reais na venda. É o maior nível para um fechamento desde 8 de julho (3,8081 reais).

Destaques do dia

ITAÚ UNIBANCO PN caiu 3,3%. BRADESCO PN cedeu 2,1% e SANTANDER BR UNT recuou 3,1% em sessão de fraqueza do setor bancário do Ibovespa, tendo ainda de pano de fundo oferta de ações do Banco Inter, que não está no Ibovespa. As units do Banco Inter fecharam em alta de 17,5%.

- GPA PN valorizou-se 3,9%. Dados da entidade que representa a indústria de supermercados no país, Abras, mostraram que as vendas do setor em junho subiram 3,89% ante mesmo período de 2018. A entidade manteve previsão de crescimento de 3% para 2019.

- MULTIPLAN subiu 1,5%, revertendo perdas registradas mais cedo, após divulgar lucro líquido de cerca de 115 milhões de reais para o segundo trimestre, uma baixa de quase 21% sobre o desempenho de um ano antes.

- PETROBRAS PN recuou 0,5%, em sessão positiva para o petróleo no exterior, com o noticiário relacionado à estatal incluindo resultado de recompra de títulos e aprovação para que participe de oferta permanente de áreas para exploração e produção de petróleo e gás.

- VALE perdeu 0,5%, tendo no radar que os futuros do minério de ferro na China chegaram a subir mais de 3%, com expectativas de que as importações da matéria-prima do aço tenham continuado fracas em julho.

- CIELO ON avançou 1,2%. A empresa apresentou um desempenho mais forte do que o esperado e ganhou participação de mercado pelo segundo trimestre seguido em relação à Rede afirmou o analista do BTG Pactual Eduardo Rosman, ressaltando, contudo, que o cenário continua bastante desafiador para o setor de meios de pagamentos.

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