Mercados

Em dia de ata do Copom, juros futuros sobem de olho no dólar

Dólar ajudou os juros futuros de curto prazo a terminarem a sessão desta quinta-feira com leve viés de alta


	Bovespa: contrato de DI com vencimento em abril de 2015 fechou com taxa de 11,980%
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Bovespa: contrato de DI com vencimento em abril de 2015 fechou com taxa de 11,980% (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 16h33.

São Paulo - Ao fechar no maior nível ante o real desde abril de 2005, o dólar ajudou os juros futuros de curto prazo a terminarem a sessão desta quinta-feira, 11, com leve viés de alta, após terem recuado mais cedo em razão da ata da reunião de política monetária do Banco Central.

O avanço da moeda também favoreceu a ponta mais longa da curva, que fechou com alta consistente, reagindo também aos ganhos dos rendimentos dos Treasuries.

A ata da reunião de política monetária afirmou que os patamares elevados atuais da inflação refletem, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia - realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres.

O texto também destacou que, apesar de esperar que a inflação continue elevada em 2015, o BC acredita que os preços entrarão em "longo período de declínio", prevendo a convergência à meta (4,5%) somente em 2016.

Nesse cenário, o BC avaliou que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária. Mas avisou ainda que é preciso se manter "especialmente vigilante".

A ata ressalta ainda a questão fiscal, afirmando que ela é um outro fator que pode ajudar a conter a inflação, além dos efeitos acumulados e defasados das ações tomadas até agora.

Em um almoço promovido pela Febraban, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou o conteúdo da ata e voltou a destacar a complexidade da economia internacional.

No entanto, de acordo com ele, embora a situação mundial seja complexa, ela "tende a colaborar para a inflação convergir à meta no horizonte relevante".

Segundo Tombini, parte dessa complexidade externa vem, entre outras coisas, do baixo preço do petróleo, que pode acentuar o risco de deflação em economias avançadas e ser um fator de ajuda na convergência dos preços no Brasil.

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2015 fechou com taxa de 11,980% (141.930 contratos), ante 11,969% no ajuste de ontem.

A taxa do DI para julho de 2015 (39.960 contratos) terminou em 12,27%, na máxima, de 12,26% no ajuste de ontem.

O contrato com vencimento em janeiro de 2016 (111.845 contratos negociados) terminou com taxa de 12,51%, de 12,49% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2017 (155.975 contratos negociados) indicava 12,52%, de 12,40% ontem, e o para janeiro de 2021 (127.310 contratos), 12,40%, de 12,17%.

Perto das 16h30, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,612%, de 0,571% ao fim da tarde de ontem. O juro da T-note de 10 anos avança a 2,198%, de 2,157% no fim da tarde de ontem.

Os juros dos Treasuries subiram com indicadores econômicos dos EUA pela manhã, que vieram melhores que o esperado.

As vendas no varejo aumentaram 0,7% em novembro, na comparação com outubro, superando projeções de alta de 0,4%.

No mercado de trabalho americano, um relatório apontou que o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu 3 mil na semana passada, a 294 mil, ante expectativa de 300 mil solicitações.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

Prosus compra a Decolar por US$ 1,7 bilhão e empresa sairá da bolsa de Nova York

Ibovespa recua com piora das previsões para economia; dólar volta a acelerar

Airbnb lida com regulamentações de aluguel para expandir operação em diversos continentes

Shutdown evitado nos EUA, pronunciamento de Lula e Focus: o que move o mercado