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Eletropaulo cai por tarifa menor e dúvidas de dividendo

Os analistas Vinicius Canheu e Adelia Souza, do Credit Suisse, acreditam que a Eletropaulo não pagará nada além do dividendo mínimo de 25% do lucro em 2012

Eletropaulo: A decisão da Aneel, no âmbito da terceira revisão tarifária da empresa, fez diversos analistas reiterarem indicação de "venda" da ação (Divulgação)

Eletropaulo: A decisão da Aneel, no âmbito da terceira revisão tarifária da empresa, fez diversos analistas reiterarem indicação de "venda" da ação (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 14h38.

São Paulo - A ação da AES Eletropaulo, uma das maiores distribuidoras de energia do país, chegou a cair mais de 12 por cento nesta terça-feira, após o órgão regulador do setor elétrico reduzir a tarifa da companhia num percentual além do esperado.

A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no âmbito da terceira revisão tarifária da empresa, fez diversos analistas reiterarem indicação de "venda" da ação da Eletropaulo, com dúvidas sobre o impacto na distribuição de dividendos pela companhia.

"A própria empresa havia anunciado que teria que rever sua política de dividendos no caso do reajuste das tarifas. Então é aguardar para ver o que eles decidirão sobre isso", afirmou o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Os analistas Vinicius Canheu e Adelia Souza, do Credit Suisse, acreditam que a Eletropaulo não pagará nada além do dividendo mínimo de 25 por cento do lucro em 2012, ou a companhia poderia descumprir obrigações relacionadas à alavancagem.

Na noite de terça-feira, a Aneel aprovou uma redução média de 9,33 por cento nas tarifas da Eletropaulo dentro do processo de revisão tarifária -percentual acima dos 8,81 por cento de diminuição colocados na audiência pública sobre o tema.

"A decisão final provavelmente é uma surpresa para investidores, já que parecia que o mercado estava esperando uma melhora em relação à proposta original, enquanto o que aconteceu foi exatamente o contrário", disseram analistas do BTG Pactual.

"A lucratividade e os dividendos da Eletropaulo irão provavelmente enfrentar tempos difíceis à frente. Esperamos que a ação se estabilize num nível menor do que o de hoje. Continuamos a recomendar 'venda'", acrescentaram.

Às 14h17, o papel da Eletropaulo perdia 8,82 por cento, a 23,26 reais. Na mínima até esse horário, a queda chegou a 12,35 por cento. O Ibovespa subia 2,73 por cento.

Em entrevista à Reuters no início de junho, o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, disse acreditar que a redução de 8,81 por cento na tarifa proposta pela Aneel seria amenizada após discussões com a Eletropaulo.

A decisão do órgão regulador foi apertada, com placar de três a dois em favor da proposta do diretor relator Julião Coelho. Os dois diretores da Aneel que votaram contra divergiram em relação ao cálculo das bases de revisões anteriores de tarifa da Eletropaulo.


Um ponto de discordância entre Aneel e Eletropaulo no processo de revisão tarifária era a base de remuneração da empresa. A companhia alegava que a agência não teria considerado investimentos da ordem de 500 milhões de reais que esperava constarem no cálculo da nova tarifa.

Mas a principal diferença entre a redução proposta e a final foi o aumento do rigor da Aneel no que se refere às perdas comerciais de energia da Eletropaulo. A agência mudou o benchmark e passou a reconhecer menos perdas da tarifa.

O Credit Suisse reduziu o preço-avo da ação da Eletropaulo para 20 reais, de 24 reais, e manteve recomendação "underperform" (desempenho abaixo da média do mercado).

Barclays, Citi e JPMorgan foram outras instituições que enviaram relatórios a clientes nesta terça-feire reiterando indicação de venda para a ação da Eletropaulo.

A distribuidora de energia ainda pode fazer um pedido de reconsideração junto à Aneel.

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