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Dúvidas sobre pacote fiscal e Vale enfraquecem bolsa

Apesar da leitura favorável em termos de sinalização, pacote no valor de 64,9 bilhões de reais alimentava incertezas


	Vale: declínio da Vale pesava nos negócios
 (Yusuf Ahmad/Reuters)

Vale: declínio da Vale pesava nos negócios (Yusuf Ahmad/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 11h45.

A Bovespa mostrava fraqueza na manhã desta terça-feira, em meio à análise das medidas de ajuste das contas públicas do país anunciadas na véspera, com o declínio de Vale pesando nos negócios.

Apesar da leitura favorável em termos de sinalização, o pacote fiscal no valor de 64,9 bilhões de reais e que tem como objetivo garantir superávit primário em 2016 alimentava incertezas quanto à capacidade de implementação pelo governo federal.

Às 11h28, horário de Brasília, o Ibovespa caía 0,06 por cento, a 47.254,82 pontos. O volume financeiro somava 1,45 bilhão de reais.

Na véspera, o índice de referência do mercado acionário avançou amparado na expectativa sobre a divulgação das medidas, conhecidas no final da sessão.

"O pacote fiscal anunciado pelo governo brasileiro é claramente um passo na direção certa", afirmou o BTG Pactual.

"No entanto, o ambiente político se deteriorou tanto que a obtenção de apoio político às medidas que podem ser consideradas impopulares podem revelar-se um enorme desafio para o governo", disse em relatório a clientes.

O Credit Suisse destacou que é provável alguma melhora nas expectativas para os resultados fiscais de 2016.

"No entanto, nós achamos que a maioria das medidas ou não vai atender às expectativas do governo ou não será aprovada pelo Congresso."

No exterior, Wall Street abriu no azul com números sobre a economia norte-americana no radar e em meio à expectativa sobre a decisão de juros do Federal Reserve nesta semana. Na China, contudo, o dia foi de perdas fortes.

Destaques

VALE respondia pelo principal peso negativo, com decréscimo de 3,3 por cento nas preferenciais e de 2,7 por cento nos papéis ordinários, na esteira de nova queda dos preços do minério de ferro na China, que, por sua vez, sofreram com o recuo nos preços do aço, em meio à persistente preocupação com a desaceleração da economia chinesa.

USIMINAS recuava 1,6 por cento, com o cenário sobre minério e aço na China endossando alguma realização de lucros. Os papéis acumulam ganho ao redor de 35 por cento no acumulado do mês, que foi amparado principalmente no fortalecimento do dólar ante o real. CSN perdia 2 por cento e GERDAU tinha oscilação positiva de 0,2 por cento.

QUALICORP caía 6 por cento, liderando as quedas do Ibovespa. Analistas do BTG Pactual elogiaram em nota a clientes o desempenho operacional da empresa de planos de saúde, mas afirmaram ver um maior desafio para a perspectiva de crescimento de base da companhia no segundo semestre e afirmando que começaram a trabalhar com um cenário e resultado negativo na entrada líquida de usuários.

ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO subiam 2 por cento cada, após mudanças mais brandas do que o esperado nas regras do mecanismo Juros sobre Capital Próprio (JCP) de empresas.

O BTG Pactual destacou que as empresas que são grandes pagadoras de JCP sofrerão mais do que outras, mas que as regras propostas foram melhores do que o esperado. "No cenário de total de extinção (da JCP), o lucro dos empresas que mais se favorecem de JCP cairia em média, 8 por cento. Segundo as novas regras, apenas cerca de 3 por cento", disse em nota a clientes.

AMBEV, TELEFÔNICA BRASIL, que também figuram na lista de maiores pagadores de JCP, avançavam 1,2 por cento cada, diante do anúncio melhor do que o previsto no mercado. Pela mesma razão, BRF ganhava 0,14 por cento.

PETROBRAS mostrava as preferenciais em alta de 0,3 por cento e os papéis ordinários subindo 1,13 por cento, em dia de elevação dos preços do petróleo no exterior , com a sessão incluindo anúncio da companhia de que negocia adequação do total de sondas contratadas com Sete Brasil. Investidores também repercutiam ainda a nomeação de Luiz Nelson Guedes de Carvalho para exercer a função de presidente do Conselho de Administração durante a licença de Murilo Ferreira.

COSAN caía 1,6 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, uma vez que o pacote fiscal apresentado na véspera não inclui elevação de Cide para combustíveis, que tem um efeito positivo na margem de preço do preço do etanol. O Credit Suisse também destacou como relevante o impacto da CPMF, se aprovada, na Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, de 5 por cento do Ebitda e 12 por cento no fluxo de caixa, estimam os analistas, ponderando que o impacto consolidado na Cosan deve ser menor, mas ainda relevante.

EMBRAER subia 0,4 por cento, em meio à alta do dólar ante o real e após informar na segunda-feira que a companhia aérea norte-americana SkyWest assinou pedido firme para 18 jatos E175 com a fabricante de aeronaves brasileira por um valor estimado de 800 milhões de dólares.

O Itaú BBA elevou a recomendação da ação da Embraer para "outperform", assim como o preço-alvo de 28,50 para 34 reais, citando que o cenário para o câmbio compensa plenamente riscos da companhia como os relacionadas à dvisão de defesa em razão do difícil quadro fiscal do governo federal.

TRACTEBEL cedia 2,9 por cento, entre as maiores baixas do Ibovepa, em sessão de perdas no setor elétrico como um todo. O Credit Suisse publicou relatório trocando preferências no setor elétrico, no qual rebaixou a recomendação da ação para "neutra", enquanto melhorou para "ouperform" o rating da AES TIETÊ, que não está no Ibovespa e subia 1,5 por cento, citando o desempenho relativo de ambos os papéis.

Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em (Edição Alberto Alerigi Jr.)

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