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Dólar volta a superar R$ 2,40 apesar de atuações do BC

O dólar estava em alta de 0,41%, para R$2,4058 na venda, com volume ainda pequeno, em pouco mais de US$480 milhões

Notas de dólar: na semana passada, a divisa norte-americana avançou mais de 5% ante o real (Getty Images)

Notas de dólar: na semana passada, a divisa norte-americana avançou mais de 5% ante o real (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 14h18.

São Paulo - Depois de mostrar volatilidade e mesmo após dupla atuação do Banco Central, o dólar firmava-se nesta segunda-feira no terreno positivo ante o real e no patamar de 2,40 reais, seguindo o movimento no exterior e com os investidores ainda desconfiados com o desempenho da economia brasileira.

Às 13h34, o dólar estava em alta de 0,41 por cento, para 2,4058 reais na venda, com volume ainda pequeno, em pouco mais de 480 milhões de dólares segundo dados da BM&F.

"O próximo nível de resistência está em 2,50 reais. A alta deve-se ao ceticismo dos investidores com os nossos fundamentos... Fora do Brasil estão aparecendo oportunidades melhores, com Europa começando a caminhar e os Estados Unidos ganhando inércia. O dinheiro vai onde tem melhores rendimentos", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

Na semana passada, a divisa norte-americana avançou mais de 5 por cento ante o real. Apenas na sexta-feira, a alta foi de 2,46 por cento, devido ao mau humor de investidores com a política econômica brasileira e após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o câmbio mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira.

"O mercado está um pouco delicado e o dólar subiu além da conta, está muito alto e é lógico que tem especulação. Por isso que hoje teria espaço para cair", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A alta do dólar tem sido muito mais forte no Brasil do que em relação a outras moedas. Só na semana passada, o dólar subiu 2,3 por cento ante o peso mexicano e ganhou 0,1 por cento em relação ao dólar australiano e ao euro.

No mercado internacional, prevalece a expectativa sobre a redução da política de estímulos feita pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, que injeta atualmente 85 bilhões de dólares ao mês nos mercados.


Com os sinais de recuperação da maior economia do mundo, o Fed --que divulga na quarta-feira a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)-- também já indicou que deve começar a retirar esses estímulos, o que vai reduzir a liquidez mundial.

O cenário trazido com o Fed abalou as moedas de vários países e pesquisa da Reuters sugere que o real e o dólar australiano, que se beneficiaram em grande parte da última década do aumento nos preços de commodities, permanecerão voláteis diante de um novo cenário de política monetária nos Estados Unidos.

O dólar abriu em forte alta este pregão, chegando a 2,4172 reais na máxima do dia, poucos minutos após o início dos negócios, praticamente ignorando o fato de o BC ter anunciado na noite de sexta-feira a rolagem de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

A autoridade monetária acabou vendendo o lote todo, com volume financeiro equivalente a 986,1 milhões de dólares e, assim, já rolou 40 mil contratos dos 100.800 que vencem no início de setembro.

Mas, antes de realizar o leilão para rolagem, o BC anunciou outra venda de swap cambial tradicional --desta vez não para rolagem. Vendeu, então, o lote integral de 40 mil contratos com vencimentos de em 1º de novembro deste ano e 1º de abril de 2014. Como consequência, a moeda anulou a alta após o resultado e passou a cair, batendo na mínima de 2,3851 reais.

"Acabou fazendo preço esse lote todo que ele aceitou no leilão", disse um operador de câmbio de banco brasileiro.

Diante do fator de o mercado acreditar que a moeda continuará o movimento de escalada, testando novos patamares de alta, pesquisa Focus do BC mostrou que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano, para 2,30 reais, ante 2,28 reais anteriormente. Para 2014, a projeção subiu a 2,35 reais, ante 2,30 reais.

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