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Dólar volta a R$3,60, acumulando ganhos de 5,54% em três semanas

O dólar avançou 1,53 por cento, a 3,6008 reais na venda, renovando o maior nível desde 31 de maio de 2016 (3,6123 reais)

Dólar: na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 3,6132 reais (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 3,6132 reais (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de maio de 2018 às 17h13.

São Paulo - O dólar saltou e voltou ao patamar de 3,60 reais nesta sexta-feira, fechando a terceira semana seguida de valorização, com os investidores assumindo posições mais defensivas diante da cena política local, antes da divulgação de nova pesquisa eleitoral.

O dólar avançou 1,53 por cento, a 3,6008 reais na venda, renovando o maior nível desde 31 de maio de 2016 (3,6123 reais). Em três semanas, acumulou valorização de 5,54 por cento, sendo que apenas nessa, subiu 2,18 por cento.

Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 3,6132 reais. O dólar futuro avançava cerca de 1,50 por cento.

"Os mercados esperam por um candidato/chapa com viés reformista despontando nas pesquisas, o que não aconteceu até o momento", escreveu a Advanced Corretora em relatório.

A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, o quadro ainda é bastante incerto. Os mercados financeiros temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa despontar.

Na próxima segunda-feira, está prevista a divulgação da pesquisa CNT/MDA, cuja coleta dos dados ocorre entre 9 e 13 desse mês e que já deve captar para onde estão indo esses eleitores que pretendiam votar em Barbosa (PSB).

Em pesquisa Datafolha realizada no mês passado, Barbosa chegava a ter 10 por cento das intenções de voto em seu melhor cenário. Tanto analistas como políticos viam grande potencial na sua candidatura.

Há avaliações de que o PSB possa se coligar a um partido de mais de esquerda, como o PDT do pré-candidato Ciro Gomes.

O final de semana à frente também contribuiu para a cautela do investidor doméstico, comentaram os profissionais.

No mercado externo, o dólar operava em baixa ante uma cesta de moedas, mas caminhava para a quarta semana seguida de valorização, sequência mais longa desde o quarto trimestre de 2016, com os mercados cada vez mais otimistas quanto às perspectivas para a moeda norte-americana nas próximas semanas.

Ante divisas de países emergentes, o dólar operava misto, em queda ante o peso chileno e alta ante o peso mexicano.

"Existe uma trajetória clara de valorização do dólar no mundo. A alta do petróleo sugere inflação e aperto monetário (nos Estados Unidos)", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Nas últimas semanas, os mercados globais reagiram diante da percepção de que os juros poderiam subir mais intensamente nos Estados Unidos neste ano em meio ao cenário de inflação e atividade mais fortes.

Juros elevados no país têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

O Banco Central brasileiro vendeu, pela sétima sessão, a oferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,115 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem e colocado o equivalente a 2,8 bilhões de dólares adicionais.

(Edição de Patrícia Duarte)

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