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Dólar volta a passar de R$ 2 com Espanha

Moeda americana sobe pela primeira vez em cinco dias

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 14h29.

São Paulo - Os juros futuros caem com especulações que o Brasil pode cortar mais a taxa básica caso a desaceleração econômica se intensifique com a crise externa. O Comitê de Política Monetária do BC inicia hoje sua reunião de dois dias. O dólar sobe pela primeira vez em cinco dias e chegou a passar de R$ 2 com receios sobre o impacto da crise espanhola.

O Ibovespa reverteu alta registrada mais cedo. No exterior, o euro e as ações espanholas caem com receios sobre a crise. As bolsas americanas sobem. Na China, a bolsa subiu com a expectativa de medidas de estímulo.

Internacional: Euro e juro de título americano caem com Espanha

O euro cai diante do dólar pelo quinto dia em seis com o debate na Espanha sobre como recapitalizar o grupo financeiro Bankia SA ampliando receios sobre agravamento da crise europeia.

As bolsas americanas, que estiveram fechadas ontem, operam em alta mesmo após dado mostrar queda inesperada na confiança do consumidor nos EUA. As bolsas chinesas subiram ao maior nível em duas semanas com especulações que a China vai adotar medidas de estímulo.

A maioria das bolsas europeias sobe. O índice espanhol IBEX 35 cai mais de 2 por cento pelo segundo dia seguido enquanto o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy tenta salvar o Bankia, que chegou a cair 16,8 por cento hoje após perder 13,4 por cento ontem.

O petróleo reverteu alta inicial e passou a cair à medida que o euro passou a recuar diante do dólar. O cobre e a soja sobem.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano caíram para perto do recorde de baixa com os receios de que a crise atinja a Espanha. As taxas da França, Espanha e Portugal também caem, enquanto as do Reino Unido e Itália sobem.

A Itália vendeu hoje 8,5 bilhões de euros em títulos com juros maiores do que no leilão anterior.

Bolsa: Ibovespa ensaia 1ª queda em três dias

O Ibovespa recua, após duas altas seguidas. Mais cedo, a bolsa subiu com o aumento das especulações que a China, principal parceiro comercial do Brasil, adotará medidas para estimular o crescimento, melhorando o cenário para as exportações da maior economia da América Latina.

No início da tarde, Vale SA e Petróleo Brasileiro SA eram as que mais contribuíam para a alta do índice, enquanto PDG Realty SA Empreendimentos e Participacões e OGX Petróleo e Gás Participacoes SA atuavam no sentido contrário.


Juros: DI cai com receio de impacto da crise externa no Brasil

Os juros nos mercados futuros caem com o receio que o agravamento da crise externa aprofunde a desaceleração da economia brasileira, o que aumentaria o espaço para o Banco Central reduzir a Selic.

O Copom deve reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 8,5 por cento ao ano, segundo a mediana das expectativas de 52 economistas consultados pela Bloomberg. Investidores projetam que a Selic cairá para 8 por cento até agosto, segundo dados compilados pela Bloomberg com base nos contratos futuros.

“Provavelmente o Brasil terá mais estímulos fiscais e, ao mesmo, tempo mais queda dos juros”, disse Carlos Lopes, economista do Banco Fibra SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “As duas políticas poderão ir na mesma direção.”

A presidente Dilma Rousseff está preocupada com o desenrolar da crise na Espanha e teme que investimentos de empresas do país no Brasil sejam afetados, disse hoje o Valor Econômico. Na hipótese de agravamento da crise, a principal reação deve vir pela queda dos juros, disse o jornal, sem citar como obteve a informação.

DI Janeiro 2013: -9 pontos-base, para 7,98%, às 13:12

DI Janeiro 2014: -14 pontos-base, para 8,37%, às 13:12

Câmbio: Dólar reverte baixa de 4 dias com receio sobre Espanha

O dólar sobe pela primeira vez em cinco dias, após alternar altas e baixas na abertura, com a expectativa de ação do BC sendo contrabalançada pela aversão externa ao risco.

O dólar caiu nas últimas quatro sessões, revertendo alta que levou a moeda a tocar R$ 2,1062 em 23 de maio, após o BC fazer cinco leilões de swap na semana passada.

“O BC não quer repetir o que aconteceu em 2008, quando as empresas foram afetadas pela alta do dólar”, disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Após a quebra do Lehman Brothers Inc. em 2008, o dólar chegou a passar de R$ 2,51, levando prejuízos a empresas com posições vendidas em derivativos cambiais.

Segundo Perfeito, o dólar poderá retomar a alta no caso de um agravamento da crise europeia.

“Se houver uma piora brutal do cenário externo, o dólar pode ir a R$ 2,30”, disse ele

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