Câmbio: dólar mantinha sua firme alta contra o real nesta quarta-feira (Pleasureofart/Getty Images)
Reuters
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 09h34.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 12h09.
São Paulo — O dólar mantinha sua firme alta contra o real nesta quarta-feira, rompendo a marca de 4,19, nas máximas em um mês, num pregão negativo para ativos de risco no exterior diante de incertezas políticas nos Estados Unidos e de sinais de caminho tortuoso para um acordo comercial entre EUA e China.
Às 11:40, o dólar avançava 0,39%, a 4,1859 reais na venda.
Na máxima, a cotação foi a 4,1955 reais na venda, maior patamar intradia desde 27 de agosto.
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,52%, a 4,1855 reais.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,39%, enquanto moedas emergentes se depreciavam, em meio à percepção de aumento de incerteza política nos EUA depois que a Câmara dos Deputados do país afirmou que iniciará um inquérito formal de impeachment contra o presidente Donald Trump, devido aos relatos de que ele procurou ajuda estrangeira para difamar um rival político.
"Como todo ruído, a questão envolvendo o impeachment contra Trump eleva a percepção de risco do investidor, que tende a procurar por segurança, desvalorizando o real", afirmou Alessandro Faganello, operador de câmbio da Advanced Corretora.
A questão sobre o comércio com a China também afetava os mercados nesta sessão, após, na véspera, Trump ter criticado duramente as práticas comerciais da China em um discurso considerado duro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), dizendo que não aceitará um "acordo ruim".
Do lado doméstico, investidores seguiam atentos ainda ao noticiário sobre a reforma da Previdência.
A votação do parecer do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre as emendas apresentadas à reforma da Previdência, prevista para ocorrer na terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foi adiada novamente, desta vez para a semana que vem.
"Quanto mais você jogar para frente essa questão da Previdência, pior. O mercado precisa que isso se resolva o mais rápido possível e rapidez não parece fazer parte dos planos dos parlamentares", acrescentou Faganello.
Com o adiamento na CCJ, a votação da reforma em primeiro turno no plenário do Senado, anteriormente prevista para ocorrer na quarta-feira desta semana, só deverá ocorrer na próxima terça, ou até mesmo na quarta.
Estrategistas globais de moedas do Credit Suisse veem potencial de o real testar a máxima histórica de 4,2478 reais, argumentando que a mudança recente do discurso do Banco Central para um tom mais 'dovish' sugere que o elemento de 'carry' não deve ficar favorável no curto prazo, referindo-se ao retorno de operações com arbitragem de taxa de juros que utilizam o real.
Nesta sessão, o BC vendeu todos os 580 milhões de dólares ofertados em moeda física e negociou ainda todos os 11.600 contratos de swap cambial reverso ofertados --nos quais assume posição comprada em dólar.