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Dólar termina agosto com a maior alta mensal em quase 4 anos

Nesta sexta, moeda fechou em baixa de 0,71%, a 4,1421 reais na venda

Câmbio: dólar se desvalorizou nesta sexta-feira (Pleasureofart/Getty Images)

Câmbio: dólar se desvalorizou nesta sexta-feira (Pleasureofart/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 09h37.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 17h46.

São Paulo — O dólar encerrou em queda frente ao real, em dia marcado por viés positivo nos mercados externos, em meio a otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

A moeda fechou em baixa de 0,71%, a 4,1421 reais na venda. Contudo, na semana teve alta acumulada de 0,43%. Em agosto, a moeda norte-americana acumulou alta de 8,50%, maior nível de encerramento mensal desde setembro de 2015.

O mercado se manteve atento ainda à definição da Ptax (taxa de câmbio definida pelo Banco Central para referência em contratos) de fim de mês, evento que tradicionalmente adiciona volatilidade aos negócios.

"É normal para o último dia do mês ter essa oscilação por conta da Ptax. Geralmente, quem está 'comprado' tende a pressionar a taxa para cima e quem está vendido tenta pressionar a taxa para baixo", afirmou à Reuters Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus.

Na véspera, o dólar teve alta de 0,34%, a 4,1717 reais na venda, maior nível para um encerramento desde 13 de setembro de 2018 e a 0,58% de recorde histórico de fechamento.

Cenário externo mais tranquilo

Nesta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que as equipes de negociadores comerciais chinesas e norte-americanas estão mantendo uma comunicação eficaz.

Na véspera, o Ministério do Comércio da China havia dito que os dois países estavam discutindo a próxima rodada de negociações comerciais presenciais marcada para setembro, mas as expectativas de avanço dependiam da capacidade dos EUA de criarem condições favoráveis.

As declarações de autoridades chinesas proporcionaram um alívio para as preocupações em torno da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e elevaram a procura por ativos mais arriscados.

Mercado questiona atuação do BC para controlar o câmbio

Mesmo após o anúncio de que o BC passaria a vender dólares no mercado de câmbio à vista, pela primeira vez em uma década, o dólar mostrou força frente ao real e exigiu do órgão uma ação mais contundente.

No meio da semana, depois que a cotação disparou para perto do recorde histórico de fechamento do Plano Real, que foi de 4,1957 reais na venda,  em 13 de setembro de 2018, o BC anunciou que usaria US$ 1 bilhão das reservas internacionais para injetar mais dólares à vista no mercado.

Depois do anúncio, a moeda desacelerou os ganhos e chegou a cair para 4,1235 reais. Mas a volatilidade continuou e a moeda voltou a ganhar força.

O Morgan Stanley elevou nesta sexta-feira as projeções para o dólar ante o real para os próximos trimestres e agora vê a moeda norte-americana em 4,15 reais ao fim de setembro.

Em setembro, o BC dá sequência aos leilões em realização neste mês de agosto, quando a autoridade monetária retomou a venda direta de dólares no mercado à vista pela primeira vez em dez anos. O BC fará as operações simultâneas de ofertas de dólar spot, swap reverso e swap tradicional entre 2 e 27 de setembro.

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