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Dólar tem terceira alta seguida com aversão a risco

Moeda norte-americana avançou 0,18%, a 3,8751 reais na venda, acumulando em 3 dias valorização 0,85%

Dólar: prisão de uma executiva da gigante chinesa Huawei intensificou temores (Sergey Nazarov/Thinkstock)

Dólar: prisão de uma executiva da gigante chinesa Huawei intensificou temores (Sergey Nazarov/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 17h12.

Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 17h14.

São Paulo - O dólar terminou em alta pela terceira sessão seguida, mas muito longe das máximas, quando encostou em 3,95 reais, em dia de renovada aversão ao risco global após a prisão de uma executiva da gigante chinesa Huawei, intensificando os temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China poucos dias depois de um encontro histórico entre os presidentes dos dois países.

O dólar avançou 0,18 por cento, a 3,8751 reais na venda, acumulando nestes três dias seguidos de valorização 0,85 por cento.

Na máxima, a moeda foi a 3,9440 reais e, na mínima, a 3,8772 reais. O dólar futuro tinha avanço de cerca de 1,5 por cento.

"É negativo para a China...e se é negativo para a China é também para os países emergentes. É dólar mais forte...sugere menos exportações do Brasil", avaliou a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da Huawei e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa em Vancouver e enfrenta uma possível extradição para os EUA por supostas violações de sanções dos EUA.

A notícia afetou as esperanças de que fossem amenizadas as tensões comerciais entre Estados Unidos e China depois da trégua de 90 dias acertada entre as partes no último sábado.

O episódio é mais um a se somar à aversão ao risco global. Na véspera, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já tinha dito que seria forçado a responder se os EUA saírem do Tratado de Controle de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), um dia depois de os norte-americanos darem um ultimato de 60 dias aos russos.

Em meio à tensão geopolítica e guerra comercial, o achatamento da curva de juros norte-americana no começo da semana também levantou preocupações sobre uma possível recessão na maior economia do planeta.

No exterior, o dólar subia ante as divisas emergentes, como o peso chileno e o rublo. Mas passou a cair ante a cesta de moedas após dados mais fracos de abertura de vagas no mercado privado norte-americano, entre outros.

O viés de baixa foi reforçado lá fora --e aliviou a alta doméstica-- com a fala do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, que disse que o banco central dos Estados Unidos está bem perto da taxa de juros neutra, o que o mercado entendeu como um sinal de menos apertos monetários à frente.

As declarações elevaram as expectativas para os dados do mercado de trabalho dos EUA no dia seguinte, com expectativa de abertura de 200 mil vagas, e também para a reunião de dezembro do Fed, para a qual se espera a quarta alta de juros deste ano.

Internamente, os investidores mantinham a cautela com o novo governo e as indefinições sobre reforma da Previdência e a cessão onerosa.

"Acho que é cedo para sabermos como será a articulação do governo, vamos ter condição de avaliar em janeiro ou fevereiro. Mas o mercado está ansioso... é mais um ponto negativo a pressionar o câmbio", acrescentou Fernanda.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 2,766 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro.

Se mantiver essa oferta diária até dia 21 e vendê-la integralmente, terá concluído a rolagem total.

"Se a situação de fato se agravar para emergentes, o BC pode reforçar a oferta de swap", comentou a especialista do Ourinvest. 

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