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Dólar sobe por apreensão com Reino Unido e em semana de Fed

Moeda operava em leve queda, diante da possibilidade de saída do Reino Unido da União Europeia e antes da reunião do Fed


	Dólar: moeda norte-americana tinha queda de 0,13% em relação ao real
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: moeda norte-americana tinha queda de 0,13% em relação ao real (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 10h43.

São Paulo - O dólar avançava frente ao real nesta segunda-feira acompanhando o mau humor nos mercados externos diante da possibilidade de o Reino Unido deixar a União Europeia e antes da reunião desta semana do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Às 10h21, o dólar avançava 0,95%, a 3,4637 reais na venda, após subir nas duas sessões anteriores também pressionado pelo mau humor internacional.

A moeda norte-americana atingiu 3,4667 reais na máxima do pregão. O dólar futuro subia cerca de 1,3%.

"O mercado está na defensiva antes da reunião do Fed, mesmo com pouquíssimas chances de aumento de juros, e nesse pacote entra a questão do Reino Unido", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

A última pesquisa de intenções de voto mostrou liderança de 10 pontos percentuais da campanha pela saída do Reino Unido do bloco de livre comércio. 

Embora outros levantamentos mostrem disputa mais apertada, operadores têm demonstrado preocupação com as implicações econômicas da votação de 23 de junho, buscando refúgio em ativos mais seguros.

O próprio Fed vem ressaltando que o referendo desempenhará papel importante em sua decisão sobre quando voltar a elevar os juros nos Estados Unidos.

Investidores não esperam que isso aconteça nesta quarta-feira, quando o banco central norte-americano anuncia sua decisão, mas preferiam evitar apostas arriscadas antes da divulgação do comunicado e das projeções do Fed, que podem trazer mais pistas sobre a trajetória da política monetária na maior economias do mundo.

Ainda assim, o dólar continuava bem abaixo do nível de 3,50 reais, com investidores apostando que o Banco Central brasileiro sob a liderança de Ilan Goldfajn deve ser menos propenso a intervir no mercado.

Na semana passada, declarações de Ilan defendendo o regime de câmbio flutuante serviram de gatilho para o tombo do dólar frente ao real. 

Até então, o BC sob a batuta de Alexandre Tombini vinha agindo sempre que a moeda recuava abaixo dos 3,50 reais, em ação interpretada por muitos operadores como uma tentativa de proteger as exportações brasileiras.

"O mercado encontrou motivo para vender (dólar) na semana passada, mas agora isso já se esvaiu. 

Precisa de fato novo se for estender essa queda para esses próximos dias", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Ilan receberá o comando da autoridade monetária das mãos de Tombini em cerimônia nesta tarde. 

Operadores esperam seu discurso em busca de novos sinais sobre a política de intervenções do BC, além de quando pretende começar a cortar os juros básicos, hoje em 14,25%.

 Matéria atualizada às 10h42

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