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Dólar tem leve baixa após ir abaixo de R$ 3,10

Às 12:13, o dólar recuava 0,03 por cento, a 3,1104 reais na venda, depois de ter despencando 1,83 por cento no pregão passado

Dólar também reagia à notícia de que a Moody's elevou a perspectiva do rating do Brasil (AFP/AFP)

Dólar também reagia à notícia de que a Moody's elevou a perspectiva do rating do Brasil (AFP/AFP)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 12h42.

São Paulo  - O dólar tinha leves variações nesta quinta-feira, com um fluxo pontual de compra depois de ir abaixo de 3,10 reais mais cedo ainda repercutindo a sinalização da véspera do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de que não haverá altas adicionas de juros neste ano além das esperadas.

Os investidores também estavam reagindo à volta das atuações do Banco Central no mercado e à melhora de perspectiva do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Moody's.

Às 12:13, o dólar recuava 0,03 por cento, a 3,1104 reais na venda, depois de ter despencando 1,83 por cento no pregão passado. Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,0898 reais.

O dólar futuro tinha leve alta de 0,10 por cento.

"O dólar tem algumas razões para cair: Fed, Moody's e rolagem do swap", citou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Na véspera, o Fed elevou os juros pela segunda vez em três meses, para a faixa entre 0,75 e 1 por cento, movimento amplamente esperado e impulsionado pelo crescimento econômico estável. Entretanto, não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto, reforçando a visão de mais duas altas neste ano.

Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

O dólar também reagia à notícia de que a Moody's elevou a perspectiva do rating do Brasil, atualmente em Ba2, de negativa para estável, surpreendendo os agentes porque pode melhorar a confiança no país.

Além disso, o BC brasileiro voltou a atuar no mercado pormeio de leilão swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para a rolagem dos contratos que vencem em abril. Vendeu todo o lote de 10 mil contratos, reduzindo a 9,211 bilhões de dólares o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.

Se mantiver o mesmo ritmo até o fim do mês e vendê-los na íntegra, o BC vai rolar parcialmente os contratos, num total de 5,5 bilhões de dólares.

"Apesar de ter sinalizado que será uma rolagem parcial, a leitura é favorável. Seria ruim se ele não rolasse nada", justificou Spyer, acrescentando que o mercado já trabalhava com esse expectativa.

Em fevereiro, o BC também havia feito rolagem apenas parcial do vencimento de março dos swaps.

Um profissional da mesa de câmbio comentou que o preço baixo da moeda norte-americana pela manhã atraiu um fluxo comprador, que a levou a rondar a estabilidade, mas sem tirá-la da trajetória de recuo.

Apesar do bom humor, os investidores continuavam atentos à cena política brasileira, bastante influenciada agora pela lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) com 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos, com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava.

Os pedidos, de acordo com reportagens, envolvem seis ministros do presidente Michel Temer, entre outros. O temor é que importantes reformas que precisam do aval do Congresso, como a da Previdência, sejam prejudicadas.

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