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Dólar tem leve baixa ante real após ação do BC

Dólar recuou 0,14 por cento, a 3,7779 reais na venda, depois de ter subido 0,53 por cento no pregão passado

Dólar: desde 14 de maio, quando começou a fazer leilões de novos swaps, BC colocou o equivalente a 43,616 bi de dólares no mercado (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: desde 14 de maio, quando começou a fazer leilões de novos swaps, BC colocou o equivalente a 43,616 bi de dólares no mercado (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de junho de 2018 às 17h05.

Última atualização em 25 de junho de 2018 às 17h06.

São Paulo - O anúncio de que o Banco Central continuaria a atuar no mercado cambial garantiu a leve queda ao dólar ante o real nesta segunda-feira, na contramão do exterior, onde predominou o movimento de aversão ao risco por conta das renovadas preocupações da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O dólar recuou 0,14 por cento, a 3,7779 reais na venda, depois de ter subido 0,53 por cento no pregão passado. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,10 por cento no final da tarde.

"O anúncio do Banco Central foi o diferencial", afirmou o operador da mesa de câmbio de uma corretora local.

Após o fechamento dos mercados na sexta-feira, o BC anunciou a continuidade da sua atuação no mercado de câmbio por meio de leilões de swap cambial tradicional, equivalente à venda dedólares no mercado futuro, mas não indicou o volume que pretendia injetar no sistema, como fez nas semanas anteriores.

Desde 14 de maio, quando começou a fazer leilões de novos swaps, o BC já colocou o equivalente a 43,616 bilhões de dólares no mercado.

Nesta sessão, o BC apenas ofertou e vendeu integralmente 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Assim, já rolou 7,480 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume diariamente até o final do mês, fará a rolagem integral.

O BC também anunciou 3 bilhões de dólares em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, para esta tarde. Colocou apenas 500 milhões de dólares. Pelo discurso recente do presidente do BC, Ilan Goldfajn, a autoridade poderia utilizar qualquer instrumento, dependendo da necessidade.

O viés de baixa do dólar nesta sessão também ocorreu pela cena política, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar de pauta o julgamento de um pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que estava previsto para ocorrer na terça-feira pela 2ª Turma da corte.

Os investidores entendem que, solto, Lula pode atuar como importante cabo eleitoral de um candidato nas eleições presidenciais de outubro que os desagradem.

"A decisão, no entanto, pode trazer alívio apenas pontual ao mercado, dado que novos capítulos e novas tentativas por parte da defesa seguem na mesa", acrescentou a corretora H.Commcor.

A cena externa limitou o movimento de queda do dólar sobre o real nesta sessão. A moeda norte-americana subia ante outras divisas de países emergentes no exterior, em dia de maior aversão ao risco depois da notícia de que os Estados Unidos estariam esboçando restrições que impedirão empresas com ao menos 25 por cento de propriedade chinesa de comprarem companhias norte-americanas com "tecnologia industrial significativa".

No entanto, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse em seguida que as futuras restrições de investimento não serão específicas para a China, mas vão se aplicar "a todos os países que estão tentando roubar nossa tecnologia".

(Edição de Patrícia Duarte)

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