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Dólar tem estabilidade frente ao real após impeachment

Pela manhã, o dólar chegou a cair 0,58 por cento frente ao real, em um mercado sensibilizado pela briga pela formação da Ptax de agosto


	Câmbio: pela manhã, o dólar chegou a cair 0,58 por cento frente ao real, em um mercado sensibilizado pela briga pela formação da Ptax de agosto
 (REUTERS/Gregg Newton)

Câmbio: pela manhã, o dólar chegou a cair 0,58 por cento frente ao real, em um mercado sensibilizado pela briga pela formação da Ptax de agosto (REUTERS/Gregg Newton)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 14h19.

São Paulo - O dólar era negociado perto da estabilidade frente ao real nesta quarta-feira após o Senado aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, alimentando expectativas de que seu sucessor Michel Temer terá mais força para aprovar medidas de austeridade fiscal no Congresso Nacional.

Os movimentos eram limitados também pela percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve voltar a elevar os juros em breve, possivelmente no mês que vem.

A divisa norte-americana subia frente às principais moedas emergentes, que costumam atrair investidores com rendimentos mais elevados.

Às 14:11, o dólar recuava 0,02 por cento, a 3,2395 reais na venda, após chegar a 3,2214 reais na mínima e 3,2565 reais na máxima do dia. O dólar futuro caía cerca de 0,10 por cento no início da tarde.

"Esse resultado já estava praticamente todo no preço, exceto a vantagem, que foi um pouco maior do que alguns esperavam. Agora dá para deixar isso para trás e focar no ajuste fiscal", disse o operador de uma corretora nacional.

Dilma foi condenada pelo Senado por 61 votos a 20. Temer assumirá a Presidência da República em caráter definitivo e investidores esperam demonstração de força política, que vem enfrentando dificuldades para encontrar suporte no Congresso Nacional para suas medidas de ajuste fiscal.

"Daqui para frente, os preços (nos mercados financeiros) só vão continuar melhorando se houver um ajuste fiscal claro que comece o mais cedo possível. E eu acho que há espaço para melhorar", disse o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello, evitando citar cotações específicas.

"O mercado foi bastante complacente com o governo (Temer) por causa da interinidade, assumindo que ele evitou atritos com o Congresso para não atrapalhar o processo de impeachment, mas isso acaba agora", acrescentou ele.

Pela manhã, o dólar chegou a cair 0,58 por cento frente ao real, em um mercado sensibilizado pela briga pela formação da Ptax de agosto, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Após o fechamento da taxa, a moeda norte-americana passou a oscilar entre a estabilidade e leves altas.

Nesse contexto, o mercado brasileiro destoava de seus pares, onde o dólar se fortalecia em relação a diversas moedas emergentes após números fortes sobre o emprego no setor privado norte-americano.

O indicador alimentou expectativas de que o aguardado dado de criação de vagas fora do setor agrícola nos Estados Unidos de sexta-feira também mostre bom desempenho, abrindo espaço para iminente aumento de juros.

Declarações de autoridades do Federal Reserve vêm fortalecendo as apostas de que o banco central dos EUA deve elevar os juros em breve, possivelmente até no mês que vem.

Juros mais altos nos EUA tendem a prejudicar ativos emergentes, que oferecem rendimentos elevados.

O tombo dos preços do petróleo também limitava a demanda por ativos de risco nesta sessão.

O Banco Central brasileiro não fará leilão de swap reverso nesta sessão, mantendo a prática que vem adotando no último pregão de cada mês, mas ofereceu até 3,3 bilhões de dólares com compromisso de recompra pela manhã. A operação tem como fim rolar contratos já existentes. (Edição de Patrícia Duarte)

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