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Dólar tem 6ª queda seguida e fecha na mínima em um mês

A moeda americana encerrou o pregão com recuo de 0,4%, a R$ 4,12

Dólar: No acumulado de nove semanas, o país perdeu, em termos líquidos, US$ 17 bilhões  (Rick Wilking/Reuters)

Dólar: No acumulado de nove semanas, o país perdeu, em termos líquidos, US$ 17 bilhões (Rick Wilking/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 17h29.

Última atualização em 9 de dezembro de 2019 às 17h47.

São Paulo — O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, a sexta consecutiva, atingindo o menor patamar em um mês, com o mercado colocando nos preços a possibilidade de ingresso de recursos e de olho nas decisões de política monetária desta semana aqui e no exterior.

No fechamento do mercado interbancário, o dólar caiu 0,40%, a 4,1290 reais na venda. É o menor patamar desde 7 de novembro (4,0935 reais na venda).

A queda desta segunda marcou a sexta seguida para o dólar --a mais longa sequência do tipo desde as também seis baixas consecutivas entre 30 de agosto e 6 de setembro de 2017.

Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado cedia 0,18%, a 4,1380 reais. Com a queda desta sessão, o dólar encostou na média móvel linear de 50 dias, que se perdida poderá acionar mais ordens de venda e aprofundar a baixa da cotação.

A última vez que o dólar ameaçou uma linha de suporte foi no começo de novembro, quando se aproximou da média móvel linear de 100 dias --na época, em torno de 3,99 reais.

Na quarta-feira os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos definem suas taxas de juros. A expectativa é que o BC local corte a Selic em mais 0,50 ponto, para uma nova mínima de 4,50% ao ano, enquanto nos EUA o mercado espera estabilidade da taxa.

Apesar de provável nova redução do diferencial de juros entre ambos --o que pesou sobre o real ao longo deste ano--, o mercado já vislumbra estabilidade da Selic ao longo de 2020, o que significaria uma pressão a menos para o câmbio no ano que vem.

Do lado dos fluxos, o grande foco está na oferta pública inicial de ações da XP, que poderá movimentar 2,08 bilhões de dólares (se todas as ações forem vendidas no preço máximo da faixa indicativa). O mercado cogita a possibilidade de parte desse dinheiro vir ao Brasil, melhorando a oferta de moeda no país.

A perspectiva de piora no fluxo cambial empurrou o dólar para cima em novembro, com alta de 5,77%. Em dezembro, contudo, a moeda corrige parcialmente, com queda de 2,63%.

O Fundo Verde, gerido por Luis Stuhlberger, zerou posição vendida em dólar em novembro, mas avaliou em relatório mensal que a "a maioria dos medos (no câmbio) é infundada ou falsa" --entre outros motivos, por acreditar que a decepção com o leilão da cessão onerosa, no começo de novembro, tenha sido um evento "de fluxo pontual" e pelo fato de os dados de balança comercial terem sido corrigidos para melhor.

"Vemos o Real levemente desvalorizado em relação à nossas métricas de valor justo", afirmou a casa no relatório.

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