São Paulo - O mercado de câmbio doméstico operou com volatilidade e volume de negócios menores nesta segunda-feira devido ao feriado nos Estados Unidos. A trajetória de baixa do dólar ante o real - pela quarta sessão seguida - ficou em linha com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, principalmente em relação ao euro. Lá fora, a moeda única europeia oscilou em alta o dia todo, após tocar na sexta-feira em sua mínima desde julho de 2010 em relação ao dólar.

Aqui, como o dólar à vista oscilou menos e sempre abaixo do patamar de R$ 2,00, o Banco Central não apareceu nas mesas de operação. A ausência chamou atenção porque, na sexta-feira passada, a autoridade monetária nem esperou o mercado à vista abrir para anunciar que faria um leilão de swap cambial no começo da sessão. Por si só, esse anúncio determinou um viés de baixa para o dólar naquele dia e a intervenção ocorreu quando o preço à vista orbitava a R$ 2,030.

Depois dessa ação, que sucedeu cinco ofertas de swap cambial desde o dia 18 - num total vendido desses contratos de US$ 5,409 bilhões nas seis operações - o dólar à vista foi reconduzido para abaixo de R$ 2,00. As ofertas de swap cambial correspondem à venda de dólar no mercado futuro.

A expectativa nas mesas de câmbio é de que o BC tende a ficar fora do mercado de câmbio enquanto o dólar estiver abaixo de R$ 2,00. Mas, se a moeda voltar a ultrapassar esse nível de preço, que aparentemente incomoda a equipe econômica, é esperada a volta do BC ao mercado, disse um operador de um banco.

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A agenda semanal também prevê a decisão do Copom para a taxa Selic, nesta quarta-feira, e a divulgação do PIB brasileiro do primeiro trimestre, na sexta-feira - eventos que podem mexer com as taxas futuras de juros e influenciar também a formação de preço do dólar à vista, disse a mesma fonte.

Nesta segunda-feira o dólar à vista terminou em baixa de 0,80%, a R$ 1,9820 no balcão - acumulando perda de 4,67% em quatro sessões. O resultado diário reduziu o ganho acumulado pelo dólar em maio para 3,99% e, no ano, para 6,05%. Na BM&F, o dólar spot encerrou com queda de 1,04%, a R$ 1,9777.

No mercado futuro, começaram as rolagens de contratos de dólar, mas o feriado norte-americano enfraqueceu a liquidez nesta segunda-feira. O dólar para junho de 2012, recuava 0,13%, para R$ 1,9835, com um giro financeiro de apenas US$ 7,432 bilhões - 61% inferior ao de sexta-feira. O total movimentado com quatro vencimentos somou US$ 7,580 bilhões.

No mercado externo, o ajuste positivo do euro refletiu um otimismo relativo dos investidores com o avanço dos partidos que defendem a permanência da Grécia na zona do euro nas pesquisas de opinião. Contudo, parte do ganho intraday da moeda única foi devolvido ao longo da sessão devido às preocupações com o setor bancário da Espanha.

Em Nova York, no fim da tarde, o euro subia a US$ 1,2537, ante US$ 1,2516 no fim da tarde de sexta-feira. Até esse horário, o euro havia oscilado entre máxima de US$ 1,2626 (+0,88%) e mínima de US$ 1,2525 (+0,07%). O dólar recuava a 79,50 ienes, de 79,68 ienes na sexta-feira. E o dólar índex (que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes) cedia para 82,225, ante 82,396 na sexta-feira.