Exame Logo

Dólar passa a cair após divulgação de dados dos EUA

Dólar operava em queda após dados de emprego indicarem que Fed pode demorar para subir os juros nos Estados Unidos

Dólar: alta de juros nos EUA pode causar migração de recursos (Andrew Harrer/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 10h53.

São Paulo - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira após o mercado de trabalho dos Estados Unidos criar menos vagas que o esperado em agosto, frustrando expectativas de resultado forte e voltando a lançar dúvidas sobre a possibilidade de o Federal Reserve , banco central norte-americano, elevar os juros neste ano.

As perdas eram limitadas, porém, pela cautela em relação às perspectivas fiscais no Brasil, após ruídos relacionados à base governista alimentarem preocupações com a capacidade do recém-empossado presidente Michel Temer aprovar medidas de austeridade fiscal no Congresso Nacional.

Às 10:17, o dólar recuava 0,23 por cento, a 3,2421 reais na venda, após chegar a 3,2709 reais na máxima e 3,2245 reais na mínima do dia. O dólar futuro perdia cerca de 0,55 por cento nesta manhã.

"O mercado vinha em um embalo muito positivo em relação aos dados dos Estados Unidos e ficou surpreso com esse resultado ruim. O cenário para o juro norte-americano continua muito incerto", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

A economia norte-americana criou 151 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, abaixo de expectativas de 180 mil em pesquisa da Reuters.

O número pegou muitos operadores no contrapé, após os dados da ADP --que incluem apenas o setor privado-- apresentarem resultado forte no mesmo período.

Investidores vinham aumentando suas apostas em aumento de juros iminente nos EUA após autoridades do Fed sugerirem que isso poderia ocorrer até mesmo no mês que vem. Juros mais altos tendem a pressionar ativos de países emergentes, que oferecem rendimentos elevados.

Segundo pesquisa do Citi com clientes divulgada antes dos dados publicados nesta sexta-feira, um número menor do que 150 mil vagas seria suficiente para eliminar qualquer chance de elevação de juros em setembro.

Após o relatório, os juros futuros passaram a mostrar chance de cerca de 50 por cento de aperto monetário em dezembro e probabilidades baixas de que as taxas subam antes disso.

No cenário doméstico, o clima era de cautela. Vêm crescendo as preocupações com a governabilidade do país após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e operadores querem ver demonstração de força política de Temer para que voltem a apostar consistentemente na recuperação da credibilidade do Brasil com investidores.

"Clima político perde atratividade no curto prazo, uma vez que nada de importante deve ser decidido até o retorno do presidente na semana que vem", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro voltou a vender a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.

*Atualizada às 10h52

Veja também

São Paulo - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira após o mercado de trabalho dos Estados Unidos criar menos vagas que o esperado em agosto, frustrando expectativas de resultado forte e voltando a lançar dúvidas sobre a possibilidade de o Federal Reserve , banco central norte-americano, elevar os juros neste ano.

As perdas eram limitadas, porém, pela cautela em relação às perspectivas fiscais no Brasil, após ruídos relacionados à base governista alimentarem preocupações com a capacidade do recém-empossado presidente Michel Temer aprovar medidas de austeridade fiscal no Congresso Nacional.

Às 10:17, o dólar recuava 0,23 por cento, a 3,2421 reais na venda, após chegar a 3,2709 reais na máxima e 3,2245 reais na mínima do dia. O dólar futuro perdia cerca de 0,55 por cento nesta manhã.

"O mercado vinha em um embalo muito positivo em relação aos dados dos Estados Unidos e ficou surpreso com esse resultado ruim. O cenário para o juro norte-americano continua muito incerto", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

A economia norte-americana criou 151 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, abaixo de expectativas de 180 mil em pesquisa da Reuters.

O número pegou muitos operadores no contrapé, após os dados da ADP --que incluem apenas o setor privado-- apresentarem resultado forte no mesmo período.

Investidores vinham aumentando suas apostas em aumento de juros iminente nos EUA após autoridades do Fed sugerirem que isso poderia ocorrer até mesmo no mês que vem. Juros mais altos tendem a pressionar ativos de países emergentes, que oferecem rendimentos elevados.

Segundo pesquisa do Citi com clientes divulgada antes dos dados publicados nesta sexta-feira, um número menor do que 150 mil vagas seria suficiente para eliminar qualquer chance de elevação de juros em setembro.

Após o relatório, os juros futuros passaram a mostrar chance de cerca de 50 por cento de aperto monetário em dezembro e probabilidades baixas de que as taxas subam antes disso.

No cenário doméstico, o clima era de cautela. Vêm crescendo as preocupações com a governabilidade do país após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e operadores querem ver demonstração de força política de Temer para que voltem a apostar consistentemente na recuperação da credibilidade do Brasil com investidores.

"Clima político perde atratividade no curto prazo, uma vez que nada de importante deve ser decidido até o retorno do presidente na semana que vem", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro voltou a vender a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.

*Atualizada às 10h52

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroMoedasPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame