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Dólar sobe e vai acima de R$3,15, à espera de BC e Fed

Também pesou a preocupação com a situação fiscal, sobretudo após a Justiça ter concedido liminar que suspendeu o recente aumento de impostos

Dólar: os mercados financeiros no Brasil estão vivendo momentos de certa calmaria, por conta do recesso parlamentar (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: os mercados financeiros no Brasil estão vivendo momentos de certa calmaria, por conta do recesso parlamentar (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 25 de julho de 2017 às 17h22.

São Paulo - O dólar fechou a terça-feira em alta, terceiro dia seguido de valorização e indo acima de 3,15 reais novamente, com os investidores à espera do desfecho dos encontros de política monetária dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil, no dia seguinte.

Também pesou no mercado preocupações com a situação fiscal do país, sobretudo após a Justiça ter concedido liminar que suspendeu o recente aumento de impostos sobre combustíveis, o que pode afetar a geração de novas receitas ao governo.

O dólar avançou 0,63 por cento, a 3,1674 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,1739 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,70 por cento.

Na quarta-feira, o Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão de política monetária e as expectativas do mercado são de manutenção dos juros básicos, o que tende a manter os recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.

À espera do encontro do Fed, o dólar chegou à mínima em mais de um ano contra uma cesta de moedas mais cedo nesta sessão, mas passou a subir à tarde. Também avançava ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

Internamente, a política monetária também esteve no radar. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga no dia seguinte a nova Selic, com expectativas gerais de que manterá o ritmo de corte de 1 ponto percentual, o que levará a taxa básica de juros a 9,25 por cento ao ano.

Ainda assim, a taxa brasileira continua bem atrativa se comparada com outros países.

Os mercados financeiros no Brasil estão vivendo momentos de certa calmaria, por conta do recesso parlamentar, em meio à crise política que atingiu em cheio o presidente Michel Temer e que já gerou denúncia por crime de corrupção passiva contra ele.

Nesta sessão, entretanto, rumores sobre eventuais mudanças na meta de déficit primário estressaram um pouco os investidores, movimento reforçado pela decisão da Justiça de suspender os aumentos das alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis.

"Isso (a suspensão) compromete o fiscal", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Fontes palacianas disseram à Reuters, no entanto, que Temer não admite a possibilidade de mexer na meta do déficit fiscal deste ano e, para isso, seria preferível até mesmo fazer novo aumento de impostos, como último recurso.

Na próxima semana, o contexto político deve voltar a ganhar corpo, com a expectativa de que a Câmara dos Deputados decida se as investigações contra Temer podem continuar ou não.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 4,980 bilhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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