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Dólar sobe após Mantega avisar que "vai comprar tudo"

Por Rosangela Dolis São Paulo - O dólar comercial fechou hoje com alta de 1,11% a R$ 1,726, no mercado interbancário de câmbio. No mês, a moeda registra perda de 1,71% e no ano acumula queda de 0,98%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista encerrou o pregão a R$ 1,7258, […]

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2010 às 14h15.

Por Rosangela Dolis

São Paulo - O dólar comercial fechou hoje com alta de 1,11% a R$ 1,726, no mercado interbancário de câmbio. No mês, a moeda registra perda de 1,71% e no ano acumula queda de 0,98%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista encerrou o pregão a R$ 1,7258, avanço de 1,19%. O euro comercial registrou ganho de 1,03% para R$ 2,246.

A declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no meio da tarde, de que o governo tem cacife para enfrentar a entrada de recursos estrangeiros destinados à capitalização da Petrobras, ampliou os ganhos do dólar ante o real. Logo após a fala do ministro, a moeda norte-americana atingiu a máxima do dia R$ 1,7280, em alta de 1,23%, fechando a R$ 1,7260, com avanço de 1,11%. O dólar já vinha em alta desde cedo, seguindo a valorização da moeda no mercado internacional depois que o governo japonês fez intervenção nos mercados asiáticos e europeu para depreciar o iene.

Mantega afirmou que o governo está examinando cada movimento de entrada de capital externo no País, seus efeitos sobre o real, e está pronto para evitar uma valorização maior da moeda com a realização do processo de capitalização da Petrobras. "Vamos enxugar qualquer excesso de dólar que possa entrar com a operação da Petrobras. Vamos comprar tudo, já estou avisando", disse o ministro, em entrevista no Rio de Janeiro. "O governo tem cacife suficiente para enfrentar qualquer eventual entrada de recursos com essa operação. Podemos bancar qualquer limite", garantiu. Como exemplo dessa capacidade de intervenção, o ministro citou o Fundo Soberano e as operações de compra de dólar do Banco Central (BC), mas voltou a afirmar que não há piso para o dólar.

De acordo com fonte do mercado, as declarações do ministro reforçaram as expectativas dos agentes de que o governo pode agir a qualquer momento para controlar a apreciação do real com compras da moeda pelo Fundo Soberano, além da realização costumeira de compras à vista da moeda pelo BC. Em reação, o dólar ganhou fôlego.

No primeiro leilão de compra de dólares feito hoje, por volta das 12h12, o BC definiu taxa de corte de R$ 1,713; no segundo, em torno de 15h40, a taxa de corte foi de R$ 1,7262.

O iene despencou diante do dólar depois que o governo japonês fez hoje sua primeira intervenção no câmbio em seis anos e meio. Alguns cálculos no mercado avaliam que as autoridades japonesas venderam 1 trilhão de ienes (cerca de US$ 12 bilhões).

Câmbio turismo

Nas operações de câmbio turismo, o dólar fechou em queda de 1,79% e foi negociado em média à R$ 1,807 na ponta de venda e a R$ 1,623 na compra. O euro turismo cedeu 0,30% a R$ 2,333 (venda) e R$ 2,12 (compra).

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