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Dólar sobe ante real por temor com Europa

O pregão desta quinta-feira é o último do ano e deve confirmar uma forte alta do dólar, em torno de 13%, no acumulado de 2011

Dólar: alta de hoje pode ser a maior desde a disparada de 31,29% de 2008 (Karen Bleier/AFP)

Dólar: alta de hoje pode ser a maior desde a disparada de 31,29% de 2008 (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2011 às 10h36.

São Paulo - O dólar subia ante o real quinta-feira, última sessão do ano nos mercados financeiros brasileiros. A alta da cotação acompanhava o movimento da moeda no exterior, onde prevaleciam preocupações com a crise de dívida na zona do euro após os yields de títulos públicos italianos terem permanecido em níveis considerados insustentáveis num leilão nesta quinta-feira. Às 10h56, a divisa norte-americana tinha alta de 0,41 por cento, para 1,8811 real na venda, na quinta valorização consecutiva. Nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou ganhos de 1,1 por cento.

O pregão desta quinta-feira é o último do ano e deve confirmar uma forte alta do dólar, em torno de 13 por cento, no acumulado de 2011. Se confirmada, será a maior desde a disparada de 31,29 por cento de 2008, quando o mercado foi abalado pela maior crise financeira desde o pós-guerra. "Não tem notícia aqui, seguimos lá fora. O euro está com um desempenho bem ruim e isso acaba tirando o apetite pelo real", afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.

No mesmo horário, o dólar apreciava-se 0,3 por cento contra uma cesta de divisas, na máxima em quase um ano, enquanto o euro recuava a 1,2880 dólar, perto das mínimas desde setembro de 2010. A aversão a risco do mercado se devia principalmente a persistentes temores relacionados à crise de dívida na zona do euro, que nos últimos meses alvejou a Itália e colocou a terceira maior economia do bloco no centro das preocupações.

O governo italiano vendeu nesta quinta-feira cerca de 7 bilhões de euros em bônus, com queda nos yields de papéis mais curtos. No entanto, os rendimentos dos títulos de dez anos seguiram perto de 7 por cento, patamar considerado insustentável no longo prazo, o que alimentava dúvidas sobre a capacidade de Roma de honrar seus compromissos e de uma resolução definitiva para a crise que afeta o bloco monetário há mais de dois anos.

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