A moeda operou perto da estabilidade em boa parte da manhã, mas firmou alta conforme o humor piorou nas praças internacionais (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 16h51.
São Paulo - As preocupações com a Europa ditaram nova alta do dólar frente ao real nesta sexta-feira, em linha com o movimento da moeda no exterior, que ganhou fôlego extra por dados melhores que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana fechou com valorização de 0,55 por cento, para 1,8509 real na venda. Ao longo da jornada, a cotação oscilou entre mínima de 1,8379 real (queda de 0,16 por cento) e máxima de 1,8568 real -ganho de 0,87 por cento.
No acumulado da semana, o dólar caiu 1,64 por cento.
A moeda operou perto da estabilidade em boa parte da manhã, mas firmou alta conforme o humor piorou nas praças internacionais, com investidores voltando o foco para os problemas de dívida na zona do euro e temores de que os bancos no continente enfrentem custos mais altos para se recapitalizarem.
"Essa indefinição na Europa vai continuar sendo a pedra no sapato do mercado por algum tempo", afirmou o gerente da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo. "Com isso, a gente vai ter dias de corrida para ativos mais seguros, o que é benéfico para o dólar", acrescentou.
Num sinal da cautela de investidores, o euro chegou a cair a uma nova mínima em 16 meses ante o dólar e em 11 anos contra o iene.
A moeda norte-americana, por outro lado, renovou a máxima em um ano frente a uma cesta de divisas, também amparada por dados mostrando contínua recuperação no mercado de trabalho dos EUA.
O noticiário da Europa deve novamente orientar o comportamento de investidores na próxima semana. O mercado aguarda um encontro já na segunda-feira entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, para novas discussões sobre como resolver os problemas da região.
Os agentes devem monitorar também novos leilões de bônus de países da região, como a França. O mercado teme que Paris possa perder seu rating "AAA", o que poderia agravar a crise de dívida do bloco e impor ainda mais dificuldades à economia global.