Mercados

Dólar sobe a R$ 2,6590 influenciado por preço do petróleo

Na reta final, o dólar desacelerou um pouco os ganhos ante o real, mas ainda assim terminou em alta de 0,30% no balcão


	Dólar: moeda fechou no maior patamar desde 1º de abril de 2005
 (Arquivo/Agência Brasil)

Dólar: moeda fechou no maior patamar desde 1º de abril de 2005 (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 16h16.

São Paulo - O dólar escalou hoje mais um degrau no Brasil, apesar de o Banco Central ter feito quatro leilões de moeda ao longo do dia.

A derrocada nos preços do petróleo, que espalhou a aversão ao risco no exterior, pesou sobre as divisas de países exportadores da commodity, como o Brasil, e favoreceu a busca pela moeda americana.

Na reta final, o dólar desacelerou um pouco os ganhos ante o real, mas ainda assim terminou em alta de 0,30% no balcão, aos R$ 2,6590, no maior patamar desde 1º de abril de 2005.

Foi o terceiro dia consecutivo de ganhos para a moeda americana, sendo que em dezembro ela subiu até agora em sete de dez sessões.

Pela manhã, o dólar até chegou a recuar ante o real, marcando a mínima de R$ 2,6480 (-0,11%) às 9h36 no balcão.

Mas o avanço da moeda americana ante as divisas de exportadores de petróleo era generalizado no exterior, em função do recuo dos preços da commodity. Isso afetou também o Brasil, em meio à leitura de que o petróleo baixo prejudica as exportações da Petrobras e do País como um todo.

Mais cedo, o Banco Central realizou dois leilões de swap cambial (equivalentes à venda de moeda no mercado futuro).

No primeiro, vendeu 4 mil contratos (US$ 197,9 milhões) e, no segundo, outros 10 mil contratos (US$ 490,3 milhões) - neste caso para rolagem dos vencimentos de janeiro.

Mas o viés de alta para o dólar vindo do exterior era muito forte, ainda mais após a divulgação de alguns números positivos nos EUA.

O índice de sentimento do consumidor medidos pela Reuters/Universidade de Michigan subiu a 93,8 em dezembro, na leitura preliminar, ante a previsão de 90,0 e os 89,4 de novembro.

Como de costume, dados positivos sobre a economia americana reforçam apostas de que o Federal Reserve (Fed) pode antecipar a alta de juros - o que, na prática, pode roubar dólares de países como o Brasil.

À tarde, o dólar marcou novas máximas ante o real, justamente no momento em que o petróleo WTI de Nova York e o Brent de Londres aceleravam as perdas.

O movimento de renovação de máximas coincidiu com o período de realização de dois leilões de linha pelo Banco Central (venda de dólares com compromisso de recompra).

Não se sabe exatamente quanto foi absorvido pelo mercado, sendo que o resultado das operações do BC será divulgado junto com os números do fluxo cambial.

Mas ficou claro que os leilões não conseguiram segurar o dólar naquele momento, quando o petróleo desabava.

Na máxima da sessão, o dólar marcou R$ 2,6770 (+0,98%) no balcão. Da mínima vista mais cedo para esta máxima, a oscilação foi de +1,10%.

Posteriormente, o petróleo se recuperou um pouco e, no Brasil, o dólar desacelerou os ganhos.

Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado, viram certo exagero quando as cotações bateram as máximas e, em função disso, apareceram vendas.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEnergiaMoedasPetróleo

Mais de Mercados

DiDi registra lucro de 1,7 bilhão de yuans no 3º trimestre de 2024

Novo patamar: até onde vai a disparada do dólar contra o real?

Real foi oitava moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar em 2024, diz Austin Rating

Pacote fiscal terá um impacto total de R$ 46 bilhões em dois anos, estima BTG Pactual