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Dólar sobe 0,55% com temor sobre reforma da Previdência

Na noite passada, Temer reuniu-se com líderes da base aliada da Câmara dos Deputados e deu sinais de que a reforma da Previdência pode não ser aprovada

Dólar: "Por enquanto, o dólar ainda deve respeitar o teto de 3,30 reais" (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: "Por enquanto, o dólar ainda deve respeitar o teto de 3,30 reais" (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 17h26.

São Paulo - O dólar fechou em alta nesta terça-feira, encostando no patamar de 3,28 reais com o mercado mais preocupado com a agenda econômica do governo no Congresso após o presidente Michel Temer admitir que a reforma da Previdência pode não sair do papel.

O dólar avançou 0,55 por cento, a 3,2770 reais na venda, depois de bater a máxima de 3,2893 reais no dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento.

"Por enquanto, o dólar ainda deve respeitar o teto de 3,30 reais. Temos que ter cautela para operar esse nível", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Na noite passada, Temer reuniu-se com líderes da base aliada da Câmara dos Deputados e deu sinais de que a reforma da Previdência pode não ser aprovada. O presidente disse ainda que se manterá empenhado no tema, mesmo que seja para aprovar a reforma parcialmente.

O mercado vinha precificando cada vez mais temores de que o governo não conseguirá tirar a reforma da Previdência do papel, tanto pela aproximação do ano eleitoral de 2018 quanto pelo desgaste político no Congresso Nacional após Temer ter negociado com a base para segurar denúncias contra ele.

A reforma é essencial para ajudar no controle das contas públicas. Nas três semanas anteriores, o dólar acumulou alta de 5 por cento frente ao real.

"De certa forma, o cenário já não era fácil, mas talvez não estivesse tão explícito. Temer explicitou o que o mercado sabia", disse um gestor da mesa de derivativos de uma corretora local.

Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,2550 reais, na hora do almoço, quando um fluxo de venda atraído pelas cotações fez a alta perder alguma força.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e os pesos chileno e mexicano.

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