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Dólar sobe 0,44% com maior aversão ao risco no exterior

Moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,8592 na venda

Dólar: preocupações com a economia norte-americana e a guerra comercial Estados Unidos-China seguem pressionando a moeda (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: preocupações com a economia norte-americana e a guerra comercial Estados Unidos-China seguem pressionando a moeda (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 17h15.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 17h21.

São Paulo - O dólar terminou a terça-feira em alta ante o real, sob influência da maior aversão ao risco no mercado internacional, em meio a preocupações com a economia norte-americana e a guerra comercial Estados Unidos-China.

O dólar avançou 0,44 por cento, a 3,8592 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,8182 reais. Na máxima, com a piora do mercado, bateu em 3,8686 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.

"A queda abrupta nos juros de dez anos nos Estados Unidos está preocupando o mercado, o que dá para pensar que a questão de risco está motivando uma corrida para o dólar", avaliou o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito. Ele se referia à inversão na curva de juros norte-americana algo que não ocorria há uma década, o que levantou preocupações sobre uma possível recessão no país.

A inversão dos retornos dos papéis de dois e dez anos precedeu as últimas três recessões norte-americanas. Até agora, essa inversão não ocorreu, mas o retorno do papel de 10 anos registrava a menor diferença acima do de dois anos em mais de uma década.

Além das preocupações com uma recessão - ou desaceleração - da economia norte-americana, temores sobre a frágil trégua comercial entre Estados Unidos e China no final de semana e uma questão geopolítica envolvendo a Rússia também ajudaram a azedar o humor dos agentes.

O presidente Donald Trump disse que se um acordo comercial com a China for possível, ele será feito, mas que se ambos os lados não resolverem as disputas, ele recorrerá a tarifas.

Já a Otan acusou formalmente a Rússia nesta terça-feira de violar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), de 1987, que livrou a Europa de mísseis nucleares baseados em terra. E os EUA deram um ultimato de 60 dias aos russos.

Um profissional comentou que a ausência da referência norte-americana na quarta-feira, já que os mercados não funcionarão por causa do luto pela morte do ex-presidente George Bush, também pode ter ocasionado um movimento de proteção.

Mais cedo, o dólar recuava ante o real num movimento patrocinado pelo exterior, com a percepção de menos juros nos Estados Unidos, e ainda com nova atuação do Banco Central. "O dólar perdendo terreno contra as principais divisas globais (parece ser um) movimento que indica remeter ao (banco central dos EUA) Fed e a (chairman) Jerome Powell mais cautelosos em termos de aperto monetário pelos EUA", escreveu a corretora H.Commcor para justificar o movimento de mais cedo.

No exterior, o dólar tinha leve baixa ante a cesta de moedas, depois de subir no momento de maior tensão, e avançava ante outras moedas emergentes como o peso mexicano.

O Banco Central fez nesta terça-feira mais dois leilões de linha - venda com compromisso de recompra -, onde colocou integralmente a oferta de 1 bilhão de dólares, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. No final de novembro, a autoridade já havia injetado 3 bilhões de dólares em novos leilões de linha, além de ter rolado todo o vencimento de 1,250 bilhão de dólares que venciam neste dia 4.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 1,383 bilhão de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC, terá feito a rolagem integral.

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