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Dólar sobe 0,48% e volta a R$2,03, mas viés é de baixa

Divisa fechou em alta depois que comentários de uma autoridade do Fed alimentaram ainda mais expectativas de diminuição do estímulo monetário no país


	O dólar fechou com alta de 0,48 %, para 2,0383 reais na venda
 (Getty Images)

O dólar fechou com alta de 0,48 %, para 2,0383 reais na venda (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 17h35.

São Paulo - O dólar encerrou em alta frente ao real pela quarta sessão consecutiva nesta sexta-feira, voltando a fechar no patamar de 2,03 reais pela primeira vez desde o fim de janeiro, depois que comentários de uma autoridade do banco central dos Estados Unidos alimentaram ainda mais expectativas de diminuição do estímulo monetário no país.

Apesar do amplo fortalecimento do dólar nesta semana, analistas afirmavam que a tendência é de entradas de capitais no país, o que puxaria a divisa norte-americana de volta para patamares mais baixos.

O dólar fechou com alta de 0,48 %, para 2,0383 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 3,2 bilhões de dólares.

Na semana, a divisa acumulou ganho de 0,69 % frente ao real e, desde o dia 25 de janeiro, não fechava no patamar de 2,03 reais.

"Esses rumores de estímulo mais limitado do Fed acabaram dando força para o dólar... As moedas estão apanhando do dólar a semana inteira", afirmou um operador de um grande banco nacional em condição de anonimato.

O presidente da regional de São Francisco do Federal Reserve, John Williams, disse na quinta-feira que o Fed pode começar diminuir o estímulo monetário no verão do hemisfério norte e encerrar a compra de títulos no fim do ano.

Atualmente, o Fed compra 85 bilhões de dólares em títulos por mês com o objetivo de impulsionar a economia do país e ajuda a manter a liquidez internacional elevada.

A interpretação é que a interrupção desse programa de estímulo diminua a liquidez internacional e, consequentemente, o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, destinos de investidores que buscam maiores rentabilidades.


A recente valorização do dólar ante o real aumentou o tom de cautela no mercado, diante de expectativas de que o Banco Central pode intervir para segurar o movimento. O patamar de 2,03 reais era amplamente visto, até então, como o teto informal para a divisa, uma vez atuações aconteceram perto desse nível.

Agora, alguns agentes do mercado vislumbram a atitude do BC caso o dólar se aproxime de 2,05 reais.

"Próximo de 2,05 reais acredito que fica mais preocupante, mas não sei se ele (BC) atuaria porque a emissão da Petrobras foi muito pesada", afirmou o operador.

A Petrobras emitiu na segunda-feira 11 bilhões de dólares em bônus. O mercado não sabe exatamente quanto desse dinheiro deverá ingressar no país, mas o Citi chegou a mapear entradas de 3,5 bilhões de dólares até o dia 15.

Para o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, os ingressos de capitais devem ganhar força também com o aumento da Selic, que elevaria o diferencial de rentabilidade entre ativos brasileiros e estrangeiros.

"Você vê que o BC está indicando um aumento da taxa de juros. Eu não vejo essa pressão tão grande de alta dólar", afirmou ele acrescentando, no entanto, que se o dólar continuar em alta na próxima semana, o BC tende a atuar no mercado.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos próximos dias 28 e 29 e, no mercado futuro de juros, a maior parte das apostas é de que a taxa básica de juros será elevada em 0,50 ponto, para 8 % ao ano.

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