Mercados

Dólar segue engessado e fecha em leve baixa de 0,10%

Ao final da sessão, o dólar à vista mostrou queda de 0,10% no balcão, cotado a R$ 2,0310

A inflação, que era de 2,9% há seis meses, está abaixo do objetivo do Fed (Oscar Siagian/AFP)

A inflação, que era de 2,9% há seis meses, está abaixo do objetivo do Fed (Oscar Siagian/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 16h39.

São Paulo - O dólar segue engessado no Brasil, registrando oscilações limitadas ante o real, ainda sob a influência das atuações mais recentes do Banco Central (BC), que tem sustentado a moeda acima de R$ 2,02. O ambiente externo desta terça-feira onde a moeda americana recua ante outras divisas, trouxe certo viés negativo para o dólar em relação ao real, mas sem que uma intervenção do BC fosse necessária.

Ao final da sessão, o dólar à vista mostrou queda de 0,10% no balcão, cotado a R$ 2,0310. Na cotação máxima do dia, a moeda marcou R$ 2,0330 e, na mínima, R$ 2,0300. Da máxima para a mínima, a oscilação foi de -0,15%. Profissionais ouvidos pela Agência Estado chamaram a atenção justamente para os movimentos limitados no mercado de dólar, que se repetem nas últimas semanas.

"Em um dia normal, este mercado costuma ter oscilações de 1% de mínima. Agora as oscilações estão pequenas, é quase como se a moeda não se mexesse", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora paulista. "Está muito restrito e o Banco Central só entra quando a moeda bate nos R$ 2,01", acrescentou. Em outubro, o BC fez três leilões de swap cambial reverso - equivalente à compra de moeda no mercado futuro - quando o dólar oscilou próximo dos R$ 2,02.


É justamente este receio com a atuação do BC que limita os negócios, na avaliação da economista da Link Corretora, Marianna Costa. "Há muito pouco incentivo para se tomar qualquer tipo de posição, seja ela comprada ou vendida", comentou. "E também há muita incerteza com o exterior, o que impede a tomada de risco".

A liquidez dos negócios também foi reduzida em função da supertempestade Sandy, que atinge Nova York e fechou as bolsas locais pelo segundo dia. Com isso, os negócios na Europa passaram a ser referência, apesar do volume também ter caído no Velho Continente. No Brasil, pouco depois das 16h30, o giro financeiro somava US$ 1,627 bilhão (US$ 1,475 bilhão em D+2). Na BM&F, a moeda à vista fechou em alta de 0,09%, a R$ 2,03080, com 4 negócios. Às 16h41, o dólar para novembro de 2012 estava cotado a R$ 2,03050, com baixa de 0,17%, na mínima.

No exterior, as bolsas europeias e o euro apresentaram ganhos, impulsionados por balanços corporativos bons e por números que mostraram que a contração da economia da Espanha no terceiro trimestre deste ano foi um pouco menor do que a prevista. Nos EUA, o índice S&P/Case-Shiller apontou aumento nos preços das moradias e sugeriu uma recuperação do setor imobiliário norte-americano, colaborando para o tom positivo das bolsas europeias.

ÀS 16h39, o euro era cotado a US$ 1,2962, ante US$ 1,2904. O dólar americano caía 0,28% ante o australiano, 0,09% ante o canadense e 0,15% ante o neozelandês. O dólar índex caía 0,37%.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

DiDi registra lucro de 1,7 bilhão de yuans no 3º trimestre de 2024

Novo patamar: até onde vai a disparada do dólar contra o real?

Real foi oitava moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar em 2024, diz Austin Rating

Pacote fiscal terá um impacto total de R$ 46 bilhões em dois anos, estima BTG Pactual