Mercados

Dólar se aproxima de R$3,25 com temor de guerra comercial

O dólar subiu 1,05 por cento, a 3,2441 reais na venda, depois de recuar 1,16 por cento na véspera

Dólar: na máxima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,2494 reais (Getty Images/Getty Images)

Dólar: na máxima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,2494 reais (Getty Images/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 7 de março de 2018 às 17h13.

São Paulo - O dólar devolveu praticamente toda a queda da véspera ao fechar a quarta-feira em alta de 1 por cento ante o real, com maior temor sobre risco de guerra comercial global após o principal assessor econômico da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixar o cargo.

O dólar subiu 1,05 por cento, a 3,2441 reais na venda, depois de recuar 1,16 por cento na véspera. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,2494 reis. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 1 por cento.

"A saída de Gary Cohn... é um sinal preocupante, pois ele, democrata e ex-banqueiro da Goldman Sachs, era um mínimo sinal de razão em meio à loucura do governo Trump", trouxe a gestora Infinity em relatório.

Cohn, banqueiro de Wall Street que se tornou personagem fundamental da reforma tributária dos Estados Unidos em 2017 e uma das bases contra forças protecionistas no governo de Donald Trump, renunciou na véspera.

A renúncia ocorreu depois que Trump disse que vai impor altas tarifas sobre importações de aço e alumínio. A promessa já havia aumentado a especulação de que Cohn poderia deixar a Casa Branca devido à sua oposição a essa política.

Na véspera, em meio à repercussão negativa da medida inclusive entre os Republicanos, partido de Trump, o mercado chegou a avaliar que a taxação seria apenas uma retórica para conseguir negociação mais favorável aos Estados Unidos no acordo sobre o Nafta.

"O mercado tinha melhorado claramente ontem com a possibilidade de o governo Trump rever sua política em relação ao aço. Mas ficou claro que ele não vai rever essa posição, no que depender dele, reafirmando intenção protecionista", disse o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.

Nesta tarde, a Casa Branca informou que o anúncio das tarifas de importação de aço e alumínio deve acontecer até o final da semana. Europa e Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram que Trump evite uma guerra comercial, enquanto a China levou suas preocupações à Organização Mundial do Comércio.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas e subia sobre moedas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção para o mercado cambial nesta quarta-feira. Em abril, vencem 9,029 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarDonald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado