Dólar: ao injetar recursos no mercado, o BC reduziu a volatilidade e conduziu a moeda norte-americana para patamares mais baixos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 17h30.
São Paulo - O Banco Central (BC) quebrou a rotina no mercado de câmbio na tarde desta quarta-feira, 16, deixando de anunciar um leilão de swap cambial para o próximo pregão, dentro da programação de intervenções diárias. Sem divulgar as condições do leilão no horário de costume (14h30) ou qualquer outro aviso, o BC lançou dúvidas sobre a continuidade do programa.
Nesse cenário, o dólar à vista negociado no balcão, que tinha recuo consistente desde cedo, desacelerou e fechou em baixa de 0,37%, cotado a R$ 2,176. Mais cedo, a mínima foi de R$ 2,157 (-1,24%).
Desde fins de agosto, o BC faz leilões diários de swap (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), de segunda a sexta-feira, e de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), às sextas.
Ao injetar recursos no mercado, o BC reduziu a volatilidade e conduziu a moeda norte-americana para patamares mais baixos, preparando terreno para o fim dos estímulos do Federal Reserve (Fed, a autoridade monetária dos Estados Unidos) à economia do país.
Ao contrário do que se esperava, o Fed ainda não reduziu seus estímulos, o que aliviou a pressão de alta para o dólar. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em sua reunião do último dia 9, elevou a Selic para 9,5% ao ano e deixou o caminho aberto para novas elevações, o que favorece a atração de divisas para o Brasil.
"O dólar continuava fraco, apesar de o Congresso dos EUA estar próximo de chegar a um acordo sobre o impasse fiscal no país. Pela manhã, também houve entrada forte de recursos no Brasil", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, ao justificar o movimento de baixa nesta sessão.
Outro profissional afirmou que a mineradora Vale teria sido a principal responsável pela entrada de dólares, sendo que os recursos serão usados no pagamento de dividendos a acionistas.
À tarde, a perspectiva mudou. "O mercado se acostumou com a confirmação dos leilões de swap, no início da tarde, para o dia seguinte. Como hoje não veio, houve uma reação", comentou Corrêa. Com isso, a moeda à vista atingiu a máxima, de R$ 2,1770 (-0,32%).
No mercado futuro, o dólar para novembro, que encerra as operações apenas às 18 horas, registrava leves ganhos, após ter oscilado em baixa. Às 16h42, o dólar para novembro subia 0,02%, a R$ 2,1875.